"Um esforçado mercado emergente há uma década, o Brasil é hoje uma imagem de estabilidade macroeconômica e política comparada com seu antes subjugador parceiro do Norte e as antigas potências coloniais da Europa", observa o jornal.
O texto observa que o pais é hoje credor dos Estados Unidos, tem mais de US$ 327 bilhões em reservas em moedas estrangeiras, uma economia em crescimento e o desemprego em seu nível mais baixo.
"Ainda assim, com o mundo desenvolvido mostrando tendências antes associadas com os mercados emergentes, o desafio para o Brasil é como administrar seu sucesso", diz o artigo, assinado pelo correspondente do jornal em São Paulo.
Medidas
O texto comenta que o governo brasileiro já tomou várias medidas para tentar conter o fluxo excessivo de divisas, que fortalece o real e reduz a competitividade da indústria brasileira, reduziu o Orçamento para conter o excesso de gastos públicos e também elevou por cinco vezes neste ano as taxas básicas de juros para evitar a inflação fora de controle.
Além disso, o governo também adotou medidas para conter o crédito e o crescente endividamento da classe média. O jornal observa ainda que a presidente Dilma Rousseff vem promovendo demissões no Ministério dos Transportes em resposta a denúncias de corrupção.
Apesar de isso tudo, o artigo afirma que ainda restam muitos desafios ao Brasil – "um mercado de trabalho reduzido, um sistema de educação fraco e a falta de trabalhadores capacitados estão elevando os salários enquanto a infraestrutura precária eleva os custos", relata o jornal.
O artigo diz ainda que os níveis de endividamento das famílias parecem insustentáveis e que o Brasil precisa "tomar cuidado para não enterrar sua nova classe média sob tanta dívida que quando o próximo período de retração chegar, ela volte à pobreza".
O jornal complementa a lista de problemas ao afirmar que "o custo dos negócios é proibitivo, em parte por causa dos altos impostos e custos trabalhistas" e observa que "embora os preços das commodities tenham aumentado, os volumes de exportação não aumentaram" e que o Brasil vem usando principalmente essa fonte de recursos do boom das commodities para aumentar a quantidade de importações.
"O Brasil pode se sentir orgulhoso de si mesmo com justiça. Mas precisará manter a vigilância para garantir que não semeie as sementes da próxima crise durante o presente período de prosperidade", conclui o artigo.