A Polícia colombiana denunciou, em 18 de janeiro, um suposto plano das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) para atacar com explosivos as instalações policiais e militares em Bogotá, que seria executado após o fim da trégua unilateral decretada pela guerrilha, no dia 20 de janeiro.
Em uma operação policial no município de La Palma, a 150 quilômetros de Bogotá, foram apreendidos “250 quilos do explosivo ANFO, um cordão detonante e seis granadas artesanais”, com os quais as FARC pretendiam realizar os atentados, explicou o diretor da Polícia Nacional, José Roberto León.
Junto com os explosivos, os agentes encontraram plantas de duas escolas para formação de policiais e outra do Exército, localizadas em Bogotá, que se suspeita seriam os objetivos do plano da guerrilha, disse León em declarações à imprensa.
O chefe de Polícia disse que as FARC, desde novembro em conversações de paz com o governo em Cuba, reiniciam suas ações armadas ao terminar o cessar-fogo unilateral de dois meses que haviam decretado como um gesto de boa vontade visando as negociações.
“De acordo com os informativos de inteligência, (as FARC) vêm se fortalecendo durante a trégua que declararam”, afirmou León, que atribuiu os explosivos encontrados à frente 22 da organização insurgente.
Porta-vozes da guerrilha disseram que estariam dispostos a prorrogar a trégua após o dia 20 de janeiro, desde que o governo colombiano também decretasse um cessar-fogo.
O presidente Juan Manuel Santos descartou essa medida até que se encerrem as negociações de paz em Havana, embora tenha admitido, esta semana, que as FARC vêm cumprindo “satisfatoriamente” sua trégua.
Após um recesso de fim de ano, os diálogos entre o governo e as FARC foram reiniciados no dia 14 de janeiro em Havana, e ambas as delegações demonstraram desejo de acelerar as negociações, que objetivam pôr um fim a um conflito armado de quase meio século.