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Cortes de orçamento militar ameaçam fazer da Otan uma força irrelevante

RICARDO BONALUME NETO

 

Tanto na Líbia como no Afeganistão, a aliança militar Otan está pagando o preço de mais de uma década de gastos militares decrescentes, e se tornando cada vez mais dependente do poderio do seu membro melhor armado, os Estados Unidos.

No caso da missão aérea na Líbia, a Otan depende cada vez mais dos recursos logísticos e de inteligência americanos ""aviões de reabastecimento aéreo, aviões-radar e bombas "inteligentes".

O secretário de defesa americano Robert Gates, que está se despedindo do cargo, tem criticado a aliança.

Segundo ele, os 28 países do grupo prometeram gastar mais de 2% do PIB em defesa, e apenas quatro, além dos EUA, o fizeram (Reino Unido, França, Grécia e Albânia). Os EUA hoje respondem por 75% dos gastos militares da Otan.

A Otan surgiu em 1949 e era composta por 16 países no final da Guerra Fria em 1990, contra seis países do rival Pacto de Varsóvia liderado pela União Soviética.

Em 2001, a Alemanha tinha 2.815 tanques, mas o número reduzido a meros 350 hoje. Os 221.000 militares do exército alemão de 2001 caíram a 92.000 hoje.

Os mais de 1.200 tanques franceses do auge da Guerra Fria foram reduzidos a 357.

Como comparação, a Síria tem um arsenal de 2.600 carros de combate de primeira linha e mais 2.000 outros tanques, de segunda linha, em reserva. Os sírios também têm 396 aviões de combate ""mais que a maioria das forças aéreas de nações da Otan.

Os números também foram reduzidos na aviação. Os 517 aviões de guerra da França de 2001 são 300 hoje.

A Itália, principal base das operações na Líbia, tinha 336 aviões de combate em 2001. Uma década depois, são 216.

Isso ajuda a explicar que apesar de poder controlar cerca de 300 missões de combate na Líbia por dia, o centro de operações da Otan em Nápoles está lidando com cerca de 150 ""e menos da metade é de missões de ataque.

Gates alertou: a Otan está correndo o risco de se tornar irrelevante.

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