A Coreia do Norte testou na quarta-feira sua artilharia fazendo disparos na direção de uma zona marítima disputada, o que levou a Coreia do Sul a retaliar com tiros de advertência, num momento em que a tensão entre os dois países parecia estar diminuindo.
A Coreia do Sul emitiu um alerta verbal depois de três projéteis caírem em águas disputadas, por volta de 13h (hora local). Cerca de uma hora depois, os sul-coreanos fizeram três disparos na mesma direção.
No ano passado, o governo de Seul foi duramente criticado por não ter reagido à altura quando a Coreia do Norte bombardeou a ilha sul-coreana de Yeonpyeong, que fica na mesma região. Aquele foi o primeiro ataque contra civis desde o fim da Guerra da Coreia (1950-53).
Um militar sul-coreano disse que aparentemente os disparos de quarta-feira foram parte de "um exercício de treinamento do Norte".
Sobre a demora de uma hora para reagir, essa fonte disse: "Não conseguíamos ter uma confirmação visual sobre onde os projéteis do Norte caíram, e precisávamos usar equipamentos para avaliar onde eles caíram."
Segundo ele, não houve nenhuma atividade excepcional no Norte indicando uma agressão iminente.
Barcos pesqueiros nos arredores foram chamados de volta ao porto, e os moradores de Yeonpyeong foram levados para abrigos, segundo a imprensa.
Depois das tensões decorrentes do ataque a Yeonpyeong, as relações entre as duas Coreias entraram num período de relativa distensão. No mês passado, os dois países e os EUA concordaram em discutir maneiras de retomar o processo de desarmamento nuclear da Coreia do Norte, que em troca espera benefícios econômicos e diplomáticos.
As duas Coreias continuam tecnicamente em guerra, pois a Guerra da Coreia terminou apenas com um armistício, e não com um tratado de paz.
Os dois países realizam exercícios militares periódicos perto da fronteira marítima disputada, o que gera o risco de que qualquer erro desencadeie um conflito armado.
A imprensa noticiou no mês passado que a Coreia do Norte estaria se preparando para um grande exercício terrestre, aéreo e naval, aparentemente como contraponto a atividades conjuntas realizadas anualmente pelos EUA e Coreia do Sul – o que vai acontecer na semana que vem.
Em outro sinal de retomada das tensões, a imprensa sul-coreana noticiou que agentes norte-coreanos foram encarregados de matarem o ministro da Defesa da Coreia do Sul, que prometera retaliações caso Pyongyang repita seus ataques contra o Sul.