Por Jim Wolf
WASHINGTON, (Reuters) – O governo Obama propôs formalmente uma controversa venda de aviões de espionagem não tripulados para ajudar a Coreia do Sul a melhorar sua defesa em caso de ataque da vizinha do norte, que possui fortes armamentos.
Seul pediu uma possível venda, no valor de 1,2 bilhão de dólares, de quatro aviões RQ-4 "Global Hawk" com capacidades de vigilância adicionais, fabricados pela Northrop Grumman Corp, informou em comunicado a Agência de Cooperação para a Defesa e Segurança do Pentágono.
O relatório tinha data de segunda-feira, mas foi distribuído apenas nesta terça-feira.
A Coreia do Sul precisa de tais sistemas para assumir em 2015 a responsabilidade por investigações de inteligência, atualmente a cargo de uma força liderada pelos Estados Unidos, afirmou a agência de segurança em comunicado a parlamentares norte-americanos.
"A venda proposta dos RQ-4 manterá adequadas inteligência, vigilância e capacidades reconhecidas e assegurará que a aliança seja capaz de monitorar e deter ameaças em 2015 e além", informou o comunicado.
Os EUA acertaram entregar o comando militar a Seul nesta década. Os acontecimentos atuais tiveram base no papel norte-americano na Guerra das Coreias, entre 1950 e 1953, quando a Coreia do Norte foi repelida após tomar Seul.
Seul mostrou interesse nos aviões por pelo menos quatro anos. O sistema, similar ao do espião U-2, da Lockheed Martin Corp's, pode ser otimizado para examinar regiões mais amplas e alvos fixos ou móveis, de dia ou à noite, com ou sem nuvens.
Ele transmite imagens e outros dados a partir de 18.300 metros de altitude praticamente em tempo real, usando sensores eletro-ópticos, infravermelho e radar, construídos pela Raytheon Co.
A possível venda foi contida inicialmente por discussões envolvendo o preço, as configurações da aeronave e um atraso na disseminação de tal tecnologia por causa de um pacto de controle de armas que envolve 34 nações.
O Departamento de Defesa dos EUA começou a consultar o Congresso informalmente sobre a possível venda em meados do ano passado, mas depois se retirou das discussões para se aprofundar nos detalhes da possível negociação com Seul, em meio a crescentes preocupações dos legisladores.
A notificação formal do Congresso ocorre menos de duas semanas após o lançamento, por parte da Coreia do Norte, de um satélite atrelado a um foguete, o primeiro dos norte-coreanos e visto por muitos como um avanço no programa de mísseis.
Um comunicado da Casa Branca denunciou o lançamento em 12 de dezembro como um "ato altamente provocativo" e que haveria consequências pela violação de resoluções das Nações Unidas.
A Coreia do Norte está proibida de testar mísseis e tecnologia nuclear por uma sanção internacional.