A Coreia do Norte enviou uma carta aberta a Seul pedindo por uma reconciliação e o fim de “atos militares hostis”. A mensagem, publicada pela agência estatal de Pyongyang, chega semanas antes dos exercícios militares conjuntos já programados entre Coreia do Sul e Estados Unidos, de acordo com a rede BBC.
A tensão na península coreana costuma se elevar bastante antes das manobras militares, realizadas todos os anos e que o regime norte-coreano chama de provocação. No ano passado, a situação chegou a um aumento acima do normal, com a Coreia do Norte ameaçando realizar ataques nucleares preventivos.
“O que é importante para pavimentar uma larga avenida para remendar as relações Norte-Sul é tomar uma corajosa decisão de parar todos os atos militares hostis, o maior obstáculo que alimenta a desconfiança e os confrontos”, diz a carta da Comissão Nacional de Defesa da Coreia do Norte publicada pela KCNA.
A mensagem acrescenta que, “infelizmente, as autoridades da Coreia do Sul ainda permanecem inalteradas em suas atitudes impróprias”. Seul não deveria duvidar, interpretar de forma errada ou precipitadamente rejeitar a “sincera e importante proposta” do regime norte-coreano, de acordo com a carta.
Na semana passada, o governo de Seul rejeitou a proposta oficial da Coreia do Norte na qual o país comunista se comprometia em reduzir as tensões na fronteira, caso Seul cancelasse suas manobras militares com os Estados Unidos.
Pyongyang prometeu, na ocasião, "realizar a primeira ação prática para tornar a proposta uma realidade", além de abrir a possibilidade de retomar os encontros das famílias separadas pela Guerra da Coreia (1950-53) se as relações melhorarem.
Diante da negativa por parte do vizinho do sul, a Coreia do Norte prometeu responder ao "Key Resolve" e ao "Foal Eagle" deste ano com "fortes medidas de autodefesa". Coreia do Sul e Estados Unidos suspeitam que a proposta de paz norte-coreana possa servir como justificativa para futuras hostilidades, já que Pyongyang sabe que os aliados dificilmente aceitariam cancelar seus exercícios anuais de defesa.
Com informações da agência EFE