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Coreia do Norte celebra sucesso em lançamento de foguete

Milhares de soldados e civis norte-coreanos celebraram nesta sexta-feira (14), no centro da capital, Pyongyang, o sucesso do lançamento de um foguete de longo alcance que colocou um satélite em órbita na quarta. O governo também prometeu novos testes no futuro, desafiando a comunidade internacional, que condenou a empreitada .

Reação: EUA chamam de 'provocativo' plano da Coreia do Norte de lançar foguete

A poucos dias de completar um ano à frente do regime, Kim Jong-un proclamou a "firmeza inquebrável" da Coreia do Norte para prosseguir com o programa de foguetes, apesar de a ONU e dos pedidos de novas sanções. O ato de celebração da capital norte-coreana, exibido pela TV estatal, foi organizado antes do aniversário da morte do pai de Kim Jong-un, Kim Jong-il , na próxima segunda-feira (17).

A multidão reunida na praça aclamou os discursos para celebrar o lançamento do foguete Unha-3 e elogiar a "coragem e sabedoria" do líder norte-coreano. "Isso foi possível graças à infinita lealdade, coragem e sabedoria do grande marechal Kim Jong-un", disse Jang Chol, presidente da Academia de Ciências da Coreia do Norte.

"Sob a grande liderança de Kim Jong-un, estamos realizando uma sagrada tarefa rumo à nossa última vitória no sentido de construir uma nação forte e próspera", disse Kim Ki-nam, membro do Politburo do Partido dos Trabalhadores da Coreia (comunista), diante da multidão que aplaudia e gritava, a despeito da temperatura gélida.

Dividem os louros com o líder de 29 anos três civis que ganharam força dentro do regime no último ano e que ajudaram Kim a controlar as poderosas Forças Armadas do país, movimento que pode deixar a reclusa Coreia do Norte mais próximo de tentar retomar um diálogo direto com os EUA.

O lançamento pode ter contribuído para consolidar as posições de Jang Song-thaek, tio de Kim; Choe Ryong-hae, principal estrategista das Forças Armadas; e Ju Kyu-chang, de 84 anos, chefe do programa nuclear e de mísseis do país.

Mais cedo nesta sexta, a imprensa oficial norte-coreana anunciou que King Jong-un ordenou a colocação em órbita de outros satélites, após o polêmico lançamento do foguete de longo alcance qualificado de teste de míssil balístico por diversos países ocidentais, e condenado pela ONU.

Kim Jong-un, que supervisionou o lançamento na quarta-feira, destacou a necessidade de se "lançar mais satélites no futuro (…) para desenvolver a ciência, a tecnologia e a economia do país", segundo informações da agência oficial KCNA.

A Coreia do Norte afirma que colocou em órbita um satélite de pesquisa com finalidades pacíficas, mas muitos países dizem que o teste foi mais um passo em busca de um vetor para as armas nucleares norte-coreanas. Segundo o governo norte-coreano, o lançamento colocou em órbita a segunda versão do satélite Kwangmyongsong-3, a partir de um foguete Unha-3, de três estágios.

Vários países ocidentais, no entanto, consideram que era um míssil balístico, que violou as resoluções da ONU impostas após os testes nucleares norte-coreanos de 2006 e 2009. O Departamento de Estado americano criticou o fato de Kim ter desperdiçado a oportunidade "de situar seu país no século 21" e ter adotado "decisões equivocadas".

O Conselho de Segurança da ONU , incluindo China e Estados Unidos, condenou na quarta-feira a Coreia do Norte pelo lançamento do foguete e alertou para a possibilidade de adotar novas sanções após a provocação de Pyongyang. As resoluções 1718 e 1874 das Nações Unidas proíbem a Coreia do Norte de qualquer atividade balística ou nuclear.

Um lançamento anterior, também de um Unha-3, terminou com um vergonhoso fracasso em abril, com o foguete explodindo pouco depois do tiro. O satélite transportado pelo foguete entrou em órbita operacional, segundo o ministério da Defesa da Coreia do Sul, confirmando o aparente êxito da missão espacial norte-coreana.

Nesta sexta, o ministério anunciou que a Marinha sul-coreana encontrou pedaços do primeiro estágio do foguete lançador, que serão examinados para tentar avaliar seu nível tecnológico.

Com AFP e Reuters

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