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Como se equiparam as forças militares de Rússia e Ucrânia?

Jonathan Marcus

Em meio à tensão na Crimeia e a possibilidade de um confronto entre Ucrânia e Rússia, surge o questionamento de como os dois países se equiparam em termos militares.

O Exército da Ucrânia é respeitável, mas é numericamente inferior às Forças Armadas russas. Moscou tem cerca de quatro vezes mais militares na ativa e duas vezes mais tanques que Kiev.

Caso a Rússia avance sobre o lado ocidental da Ucrânia, as forças ucranianas provavelmente teriam condições de ter um desempenho melhor que o do pequeno exército da Geórgia durante o ataque russo em 2008.

Mas, na realidade, o exército ucraniano está disperso, não está pronto para o combate e tem muitos dos seus equipamentos armazenados em depósitos.

Além disso, dadas as divisões internas na Ucrânia, não é garantida a lealdade de partes do exército do país ao novo governo interino em Kiev.

Forças de elite

Por sua vez, a Rússia tem feito treinamentos com cerca de 150 mil soldados de distritos militares próximos à fronteira da Ucrânia.

Seu exército na Crimeia supera as forças limitadas da Ucrânia na península.

A Rússia também pode lançar mão de unidades altamente capazes, como a 7ª Divisão da Guarda Aérea baseada em Novorossisk, além de uma variedade de forças especiais.

Além disso, o país poderia usar forças de elite do ministério do Interior, que estão especialmente treinadas e têm equipamentos para uma missão como essa.

As forças ucranianas têm alguma experiência, mas limitada, em operações da Otan, organização da qual a Ucrânia é parceira.

Seu exército herdou uma quantidade significativa de equipamentos soviéticos após a independência do país, e sua estrutura foi modernizada até certo ponto, mas está longe de ser algo de ponta, com muitos dos equipamentos sem manutenção.

Também há o fato de que a Ucrânia estar sozinha. Como não é membro da Otan, não tem à sua disposição as garantias de segurança dos integrantes do bloco.

Mesmo que a frota russa no Mar Negro esteja um tanto ultrapassada e seja uma das menores forças navais do país, suas bases militares na área dão ao país poder mais do que suficiente para assumir o comando de locais-chave para isolar as unidades ucranianas em suas próprias bases na Crimeia.

Nos últimos dias, reforços russos vêm chegando, e Moscou pode enviar muito mais se uma guerra realmente for deflagrada.

Até agora, a maioria das operações militares russas não deixaram mortos ou feridos. Suas forças só encontraram pela frente uma resistência passiva das unidades ucranianas, que podem fazer muito pouco.

Talvez a fase militar inicial esteja acabando. No entanto, se tropas russas forem para o lado ocidental da Ucrânia, a crise na região pode atingir outro nível.

Não a ponto de se chegar uma guerra aberta, apesar de algumas unidades da Ucrânia estarem dispostas a lutar.

O maior perigo não seria uma guerra aberta entre russos e ucranianos, mas sim que a movimentação russa leve a uma amarga guerra civil entre forças a favor e contra a Rússia.

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