Peritos internacionais começaram neste domingo (06/10) a destruir parte do arsenal químico do regime de Bashar al-Assad, segundo informações de um responsável da missão conjunta da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq) e das Nações Unidas.
"Hoje é o primeiro dia da destruição, na qual veículos pesados passam sobre ogivas, bombas aéreas químicas e equipamentos móveis e fixos de mistura e preenchimento", afirmou um membro da equipe à agência de notícias AFP.
Os inspetores da Opaq e da ONU chegaram a Damasco na última terça-feira para aplicar o plano proposto pela comunidade internacional e ratificado pelas Nações Unidas. Ele visa desmantelar o arsenal químico sírio, eliminando as armas até meados de 2014. O plano faz parte do acordo entre os Estados Unidos e a Rússia para evitar uma intervenção militar na Síria.
Esta é a primeira vez que uma operação de desarmamento químico ocorre num país em pleno conflito armado. A guerra civil começou em março de 2011 e, segundo as Nações Unidas, já provocou mais de 110 mil mortes.
Em entrevista à revista alemã Der Spiegel, o presidente sírio Bashar al-Assad negou, mais uma vez, o uso de gás tóxico contra civis e a oposição armada, na guerra civil. "Nós não usamos armas químicas. Isso está errado. E a imagem que vocês fazem de mim, de um homem que mata o seu próprio povo, também é errada."
Assad colocou em dúvida o relatório da ONU sobre os ataques químicos de 21 de agosto de 2013, acusando os rebeldes de terem usado o gás dos nervos sarin. Os Estados Unidos culpam o regime de Assad pelo ataque com armas químicas em Damasco, que teria matado mais de 1.400 pessoas.
MD/afp/rtr/dpa/lusa