Do Mali ao Sudão do Sul, ao Oriente Médio e outras nações, as forças de paz das Nações Unidas estão enfrentando desafios de paz e segurança de amplitude mundial e que não param de aumentar em intensidade, disse o sub-secretário-geral para Operações de Paz da ONU, Hervé Ladsous, nesta quarta-feira (17), pedindo o pleno apoio da comunidade internacional para os capacetes azuis da Organização, que enfrentam ameaças múltiplas do mundo.
A reunião do Conselho de Segurança sobre a proteção de civis, ameaças operacionais e de desempenho, contou com a participação dos comandantes da força da Missão das Nações Unidas no Sudão do Sul (UNMISS) e da Missão Integrada Multidimensional a Estabilização no Mali (MINUSMA).
Detalhando os aspectos mais urgentes de manutenção da paz no sul do Sudão, onde uma crise forçou o deslocamento interno de mais de 2 milhões de pessoas e mergulhou um número estimado de 4,6 milhões de pessoas em insegurança alimentar grave, o comandante da UNMISS, Yohannes Gebremeskel Tesfamariam, disse a membros do Conselho que a proteção de civis não significa apenas garantir a segurança, mas também assegurar a livre circulação de pessoas.
O comandante da MINUSMA, Michael Lollesgaard, apelou para mais amplos e melhores equipamentos. No Mali, suas tropas da ONU estão atualmente operando em uma das regiões mais perigosas para a manutenção da paz. As forças da MINUSMA têm sido frequentemente alvo de grupos armados que atuam em todo o país. Ataques recentes no final de abril resultaram em numerosas vítimas.
ONU divulga documento com recomendações para modernizar operações de paz
As Nações Unidas divulgaram nesta terça-feira (16) um resumo do relatório do Painel Independente de Alto Nível sobre Operações de Paz, que foi entregue ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, também nesta terça.
O secretário-geral nomeou o painel em outubro de 2014 para avaliar o estado atual das operações de paz da ONU e as necessidades emergentes para o futuro. O painel foi composto por 16 membros, presidido pelo ex-presidente de Timor-Leste e Prêmio Nobel, José Ramos-Horta, e teve como vice-presidente o ex-subsecretário-geral Ameerah Haq.
“Eu vou estudar as recomendações do relatório cuidadosamente e transmiti-lo à Assembleia Geral e ao Conselho de Segurança da ONU. Estou ansioso para trabalhar em estreita colaboração com os Estados-membros e outros parceiros-chave para efetivar suas valiosas propostas”, disse Ban Ki-moon.
“Eu pretendo levar este relatório à frente com o mesmo espírito de inclusão e consulta com que o Painel baseou-se ao produzi-lo. Nós iremos liderar a fase de implementação a partir do meu escritório, com a estreita participação de todos os departamentos-chave.”