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Colômbia investe em armamentos e tecnologia militar

Carlos Andrés Barahona

O presidente Juan Manuel Santos, cujo governo mantém conversações de paz com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), está investindo pesado no fortalecimento das forças armadas do país.

Os gastos de Santos destinam-se à aquisição de tecnologia, veículos e equipamentos mais modernos, além do incremento das tropas militares e policiais, pois a luta contra o terrorismo, o narcotráfico e outros crimes continua a ser sua principal prioridade.

Segundo Santos, as forças de segurança continuarão a perseguir os guerrilheiros das FARC enquanto ambos os lados discutem um acordo de paz para pôr fim ao mais longo conflito interno da América Latina. As conversações ocorreram no início do mês em Oslo, Noruega, e prosseguirão em novembro em Havana, Cuba. Mas Santos está prevenido para a hipótese de fracasso das negociações, como ocorreu em 2002, a última vez que as partes se reuniram.

“Temos de estar preparados para qualquer eventualidade”, disse Santos, durante discurso transmitido em cadeia nacional em setembro. “Isso significa reforçar nossa infraestrutura se os diálogos fracassarem.”

O orçamento do governo para o período 2012-2013 é de US$ 22 bilhões (R$ 44 bilhões), dos quais US$ 7,6 bilhões (R$ 15,2 bilhões) serão investidos na aquisição de tecnologia de ponta e equipamentos de combate, entre outros itens, em 2013. No ano passado, foram gastos US$ 14,4 bilhões (R$ 28,8 bilhões) em tecnologia e outras iniciativas, como saúde e educação das tropas, segundo o Ministério da Defesa.

As forças armadas devem ganhar vários helicópteros “Black Hawk”, aeronaves de transporte e aviões caça em 2013, diz Diana Margarita Quintero, vice-ministra de Defesa para a Estratégia e o Planejamento.

O ministro da Defesa, Juan Carlos Pinzón, anunciou a contratação de mais 20.000 policiais e 5.000 soldados no ano que vem. O orçamento também prevê verbas para a promoção de mais de 35.000 policiais e 30.000 soldados.

John Ramos, especialista em segurança cidadã da Universidad de la Sabana, afirma que o governo está investindo com sabedoria.

“Ao adquirir mais [equipamentos e tecnologia de ponta], se garante a segurança. [Isso só] pode acontecer se houver melhorias na infraestrutura militar”, avalia. “Ao desconfiar das FARC, o governo garante desde já o sucesso no melhoramento das possibilidades sociais para os colombianos e na segurança para todos.”

Outras frentes

O governo também investe pesado em melhorias em saúde, educação e habitação dos militares, ao financiar os seguintes projetos:

  • US$103 million will be spent on the military’s health care system in 2013, which includes the funding of the Military’s Southwestern Clinic, which will open in Bogotá in 2013, and a new medical center in the nation’s capital that will provide physical rehabilitation and mental health services. Last May, the Military Hospital in Bogotá was expanded to include a wing to treat landmine victims;
  • US$89 million will be spent in 2013 to provide residences and temporary housing to troops and police officers, as a portion of the money will fund the construction of 800 houses nationwide;
  • US$13 million will be spent in 2013 for the troops’ education, after US$28 million was spent between 2010-2012 on increasing soldiers’ and officials’ access to educational programs to earn bachelor’s and master’s degrees, as well as to learn English.

O governo também alocou US$ 30 bilhões para o sistema de aposentadoria militar, e US$ 2 bilhões serão reservados para casos de desastres naturais, mas o valor pode ser elevado, dependendo da gravidade da catástrofe.

Além das forças armadas, o governo aprovou um orçamento de mais de US$ 103 bilhões (R$ 206 bilhões), dos quais US$ 20 bilhões (R$ 40 bilhões) irão para saúde e educação em 2013, o que significa um aumento em relação a 2012.

Neste ano, US$ 17 bilhões (R$ 34 bilhões) do orçamento de US$ 91 bilhões (R$ 182 bilhões) do governo foram investidos em educação e saúde, enquanto US$ 27 bilhões (R$ 54 bilhões) destinaram-se ao pagamento de pensões, com outros US$ 5 bilhões (R$ 10 bilhões) reservados à prevenção de desastres naturais, de acordo com o Ministério da Fazenda.

Gustavo Espinosa, cientista político da Universidade Militar da Colômbia e especialista em conflitos latino-americanos, concorda com a divisão do bolo.

“Proteger os interesses de segurança nacional não é só uma necessidade, mas uma obrigação – especialmente se considerarmos que os diálogos de paz anteriores com as FARC não [frutificaram]”, afirma. “Nas conversações com as FARC durante o mandato de Andrés Pastrana [em 1999], as forças armadas não estavam tão sólidas quanto estão hoje. Desta vez, Santos não está dando chance ao azar e a prova disso é que está fortalecendo a infraestrutura militar.”

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