O presidente venezuelano, Hugo Chávez, afirmou nesta terça-feira que a história o absolverá pelo fracassado golpe de Estado que liderou quando era militar, em 1992. Em discurso na inauguração do ano judicial da Corte Suprema de Justiça, Chávez lembrou que, no próximo dia 4 de fevereiro, "serão os 20 anos daquela noite", quando, junto a um grupo de militares, liderou um golpe contra o então presidente Carlos Andrés Pérez.
"Quem quiser me condenar, me condene. A história me absolverá. É o que importa", declarou Chávez, para quem não havia pátria naquela época, e a Venezuela estava "no chão, explorada, saqueada, humilhada". "Nosso povo humilhado, empobrecido, faminto, vivendo sobre um mar de riquezas e uma burguesia subordinada ao império ianque, governando dez anos, 20 anos, 30 anos, 100 anos e mais", destacou o líder.
Por sua vez, o atual presidente da Assembleia Nacional (Parlamento venezuelano), Diosdado Cabello, um dos militares que acompanhou Chávez na tentativa, declarou à emissora estatal Venezolana de Televisión que os fatos daquele 4 de fevereiro evitaram "um golpe de Estado de direita".
Cabello assinalou que, naquela época, "havia um grupo de oficiais de alto grau conspirando". Ele defendeu também a decisão de lembrar o fato. "As razões que os jovens militares tinham naquela época já não existem mais", disse Cabello, que observou, no entanto, que "é preciso continuar lutando", e apontou que "os objetivos estão em processo de cumprimento."