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Cansado de “patranhas”, Correa nega ter recebido dinheiro das Farc

Quito, 17 mai (EFE).- O presidente equatoriano, Rafael Correa, negou novamente nesta terça-feira ter recebido dinheiro das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc) para sua campanha eleitoral em 2006 e disse estar cansado de "patranhas" contra si.

"De novo essa história das Farc, que recebemos dinheiro das Farc… Agora dizem que são US$ 400 mil e que fui eu que solicitei", afirmou Correa em declarações a jornalistas na cidade de Guayaquil.

O líder equatoriano indicou estar disposto a submeter-se ao polígrafo (detector de mentiras) para provar sua inocência.

As declarações de Correa aconteceram horas depois de a Procuradoria Geral do Equador ter anunciado a abertura de uma investigação sobre os supostos repasses das Farc para a campanha de Correa.

A investigação se baseia em publicações da imprensa sobre um relatório do Instituto de Estudos Estratégicos (IISS), com sede em Londres, dos discos rígidos de computadores atribuídos ao antigo "número dois" das Farc, conhecido como "Raúl Reyes", abatido em março de 2008 em território equatoriano.

"A fim de investigar a existência de atos com relevância jurídico-penal, assim como seus supostos participantes, iniciou-se a indagação" do caso, assinalou nesta terça-feira a Promotoria em comunicado.

Como parte da investigação, o Ministério Público ouvirá as versões do ex-coronel do Exército Jorge Brito e do ex-ministro de Segurança Interna e Externa Gustavo Larrea, antigos colaboradores de Correa citados no relatório do IISS.

Correa, por sua vez, criticou o relatório. "Em princípio eram US$ 30 mil, US$ 50 mil, US$ 100 mil e agora são US$ 400 mil… No próximo relatório serão milhões, suponho", ironizou o líder.

No entanto, seu irmão, Fabricio Correa, admitiu que o coronel aposentado Jorge Brito ofereceu US$ 100 mil da guerrilha para a campanha.

Fabricio disse à Agência Efe que o ex-militar se aproximou dele "no escritório de Rafael" e ambos saíram em um 4×4 "no qual havia dois jovens que não poderia afirmar se eram ou não das Farc".

O irmão do presidente assegurou que rejeitou a proposta e que disse a Brito: "Vocês precisam mais deste dinheiro". EFE
fa/pa

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