Os BRICS são um bloco econômico ou uma plataforma geopolítica?
Rui Martins da Mota (Martins Mota) – Veterano das Forças Especiais do Exército Brasileiro
O BRICS nasceu como arranjo econômico promissor, mas evoluiu para eixo geopolítico que desafia o Ocidente. A inclusão de países como Irã, Arábia Saudita e Egito consolida o alinhamento com potências autocráticas.
Para o Brasil, essa mudança exige reflexão: fazer parte de um grupo liderado por China e Rússia faz sentido para um país de matriz ocidental?
CHINA E RÚSSIA: OS VERDADEIROS LÍDERES DO BRICS
China usa o BRICS para expandir sua influência global e desdolarizar o sistema financeiro.
Rússia vê o bloco como uma ferramenta para romper seu isolamento geopolítico e driblar sanções.
Ambas promovem uma ordem multipolar que desafia os princípios democráticos e liberais que moldam a estrutura do Brasil.
O BRASIL ENTRE DUAS CIVILIZAÇÕES
O Brasil pertence à matriz civilizacional ocidental, fundamentada na:
- Filosofia Grega (racionalidade e pensamento crítico).
- Direito Romano (base jurídica e cidadania).
- Tradição Judaico-Cristã (valores morais e éticos).
Já China e Rússia representam modelos autocráticos, coletivistas e dirigistas, incompatíveis com essa tradição.
Se o BRICS fosse um bloco econômico, faria sentido participar. Mas ao se tornar um instrumento de disputa geopolítica, o Brasil está jogando no time de outra rua, que não a sua, no campeonato de futebol do bairro.
AUTOCRACIAS x DEMOCRACIAS: ESCOLHA NECESSÁRIA
O mundo se polariza entre democracias liberais e regimes autocráticos:
Democracias (EUA, UE, Japão): liberdades individuais, economia de mercado e Estado de Direito.
Autocracias (China, Rússia, Irã): controle estatal, repressão política e expansão de influência.
O Brasil deve se alinhar com nações que compartilham sua matriz política e econômica ou arrisca alto.
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BRASIL: JOGANDO NA RUA ERRADA
A tentativa de equilibrar-se entre blocos opostos é perigosa.
– O BRICS não oferece garantias de segurança.
– EUA e Europa seguem como nossos principais mercados.
– O Brasil não é um regime autocrático.
Num BRICS de contestação geopolítica, o Brasil deveria reconsiderar sua permanência. O país não pode trocar o Direito Romano pelo dirigismo chinês, a Filosofia Grega pelo pensamento de Mao e a Tradição Judaico-Cristã pelo Partido Comunista Chinês.
O FUTURO DA ESCOLHA BRASILEIRA
Em 1942, o Brasil vivia a Ditadura do Estado Novo de Vargas, cujo modelo se inspirava no Fascismo de Mussolini e mantinha ligações com o Regime Nazista de Hitler, mas a base cultural natural falou mais alto, reforçada pela pressão americana.
Agora o Brasil precisa redefinir seu lugar.
- Manter-se no BRICS só faz sentido se o bloco priorizar cooperação econômica e não embates ideológicos contra o Ocidente.
- Persistir nessa posição pode isolar o país em um eixo que não é seu por natureza.
Na geopolítica, saber onde se posicionar é essencial. O Brasil está jogando no time da rua errada no campo errado.
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