Daniela Kresch
Cerca de 200 brasileiros que moram em Israel fizeram uma manifestação nesta sexta-feira em frente à Embaixada do Brasil em Tel Aviv contra a decisão do Itamaraty de chamar de volta a Brasília para consultas o embaixador Henrique Sardinha Filho.
Eles entoaram frases acusando o governo da presidente Dilma Rousseff de "apoiar o terrorismo" ao se colocar claramente contra Israel sem, segundo eles, criticar as ações do grupo islâmico Hamas, que controla a Faixa de Gaza.
O protesto durou cerca de duas horas, das 11h às 13h, horário local (5h às 7h, horário de Brasília). Alguns cartazes diziam: "Apoiar o terror significa: perigo à justiça e à democracia brasileira", "O Brasil venceu de 7X0 em vergonha diplomática" e "Brasil, não seja parte do problema, seja parte da solução". Os manifestantes gritaram palavras de ordem como "Fim do Hamas, queremos paz", "Vergonha" e "Brasil contra o terror, cadê o embaixador?".
Os manifestantes reclamaram da maneira como Dilma tem se referido a Israel. A presidente classificou a operação militar israelense em Gaza de "massacre". Segundo os presentes ao protesto, ela ignorou que o país está em guerra contra o Hamas, um grupo fundamentalista palestino, sem condenar a organização com a mesma veemência.
A manifestação aconteceu oito dias depois de o Brasil ter anunciado a decisão, seguindo o Equador, que já havia chamado seu embaixador para consultas. A reação do porta-voz da Chancelaria israelense, Yigal Palmor, demonstrou a irritação dos israelenses com a medida.
Ao jornal "Jerusalem Post", Palmor disse que o passo seria "uma infeliz demonstração de por que o Brasil, um gigante econômico e cultural, se mantém um anão diplomático". Em resposta, o assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, qualificou Palmor de "sub do sub do sub do sub do sub".
Depois do Brasil, os governos de Chile, Egito e El Salvador também chamaram seus embaixadores para consultas.
Arábia Saudita critica silêncio internacional sobre Gaza*
O rei Abdullah, da Arábia Saudita, criticou nesta sexta-feira o silêncio do mudo ante os crimes de guerra cometidos por Israel em Gaza, em um discurso divulgado pela agência oficial SPA.
"Vemos derramar o sangue de nossos irmãos da Palestina nas matanças coletivas que não poupam ninguém, e nos crimes de guerra contra a humanidade que acontecem à vista de toda a comunidade internacional, que permanece indiferente aos acontecimentos da região", afirmou o rei.
Abudllah classificou este silêncio de "indesculpável".
*com agência AFP