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Brasil quer que ONU aprove condenação branda contra a Síria

Lisandra Paraguassu

Decidido a não apoiar uma resolução no Conselho de Segurança das Nações Unidas contra a Síria, o governo brasileiro tenta criar uma alternativa que agrade a países como Rússia, China e Líbano e discute a ideia de uma declaração presidencial do CS condenando a violência no país.

Um tom abaixo da resolução proposta inicialmente, a declaração alternativa pediria o fim da violência e reformas ao governo de Bashar Assad.

Para ser adotada, é preciso uma decisão unânime dos 15 membros. "Tenho conversado sobre a hipótese de uma declaração presidencial. Essa é uma prática do conselho. As declarações são sempre por consenso, não há voto, são sempre negociadas antes", explicou o chanceler brasileiro, Antonio de Aguiar Patriota, ao sair de um almoço em homenagem ao secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon.

Patriota contou que Ban afirmou achar "desejável" que o conselho tome posição sobre a Síria, mas reconheceu que há uma divisão. A proposta de uma resolução, feita por países europeus, não agrada ao Brasil, nem à Rússia e China, dois membros permanentes com direito a veto. Apesar da França, patrocinadora da proposta, alegar que já teria maioria para aprová-la, não conseguiu convencer os dois países a não vetar a resolução.

Patriota reconheceu que as negociações ainda estão no início. A intenção do Brasil é sair da posição de quem apenas se nega a apoiar uma resolução para tentar uma alternativa.

China e Rússia já informaram ao Itamaraty que podem aceitar a proposta. O Líbano – outro país contrário à resolução – pode oferecer mais resistência. Os Estados Unidos e os países europeus também, mas por razões inversas, acreditando que a declaração teria pouco efeito. No entanto, podem concordar se forem convencidos que sua proposta inicial seria vetada.

"Se for possível, seria uma maneira do conselho se manifestar sobre uma situação que é preocupante e complexa e acho que seria uma hipótese interessante. Mas ainda não avançou muito", disse Patriota.

Ao ser questionado sobre a situação na Síria, o secretário-geral da ONU declarou ter falado várias vezes com Assad e ter dito a ele que "parasse de matar as pessoas". "Mais uma vez eu peço fortemente ao presidente Assad que pare de matar e se empenhe em um diálogo inclusivo e tome medidas corajosas antes que seja tarde demais", disse.

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