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Brasil envia militares a 6 embaixadas de ‘alto risco’

LUIS KAWAGUTI

Prestes a ser inaugurada, a nova Embaixada do Brasil no Iraque deve se tornar a sétima representação do país no exterior protegida por militares da Marinha e do Exército.

Hoje, o Brasil mantém embaixadas, consulados, representações e escritórios em 183 países no mundo.

Seis embaixadas (Haiti, Paraguai, Bolívia, Colômbia, Costa do Marfim e República do Congo) são consideradas de alto risco e não contam apenas com seguranças privados locais, como as demais.

O aparato de segurança especial custa R$ 2,6 milhões por ano ao Itamaraty. São pelo menos 50 militares brasileiros fazendo serviço de proteção diplomática.

No Haiti, a falta de segurança é resultado de o país ter sido devastado primeiro pela guerrilha e golpes de Estado e depois por furacões e pelo megaterremoto de 12 de janeiro de 2010.

Além do contingente brasileiro na missão de paz da ONU, a embaixada tem uma segurança exclusiva, feita por militares altamente treinados pela Marinha.

Especialistas em técnicas de tiro, escolta de autoridades e combate irregular protegem o embaixador, seus familiares e a embaixada _não em fardas, mas em ternos escuros, como se fossem seguranças comuns.

As armas da Marinha, como pistolas e submetralhadoras, não ficam aparentes.

Colômbia e Bolívia, por sua vez, enfrentam problemas de segurança urbana, relacionados principalmente ao tráfico de drogas.

Já a embaixada no Paraguai se parece com uma fortaleza e ocupa um quarteirão inteiro em Assunção. O país sofre com a ação do crime organizado internacional.

As outras duas embaixadas sensíveis ficam no continente africano.

A da Costa do Marfim (oeste do continente), que teve este ano quatro meses de impasse político devido à recusa do ex-presidente Laurent Gbagbo em deixar o poder após derrota nas eleições, fica em Abidjã.

A cidade viveu 12 dias de conflito nos quais houve até bombardeios da ONU contra tropas de Gbagbo.

Já, no Congo, hoje menos explosivo, a embaixada fortificada fica na capital, Brazzaville.


TAREFAS
As atividades principais dos fuzileiros nas representações são proteger os embaixadores, suas casas e os edifícios da embaixadas.

Cada uma das seis embaixadas tem um grupo de ao menos oito fuzileiros.

Acordos específicos com cada país definem o tipo escoltas e atividades de segurança, que podem ou não utilizar os armamentos importados pela Marinha e pelo Exército.

A embaixada no Iraque, que deve estar implantada até dezembro, é porém o cenário mais perigoso de todos, e exigirá a maior proteção.

Os gastos com segurança na representação devem chegar a cerca de R$ 100 mil por mês.

O contingente militar que protegerá a embaixada em Bagdá será do Exército e está sendo treinado pela Brigada de Operações Especiais de Goiânia -uma das quatro unidades de elite do Exército (Forças de Ação Rápida).

Sua função principal será proteger o embaixador Bernardo de Azevedo Brito, que despacha de Amã (Jordânia).

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