O presidente da Bolívia, Evo Morales, anunciou em 6 de agosto a criação em breve de um “regimento ecológico” que terá como objetivo evitar que os cultivos de coca se expandam para os parques naturais, como acontece atualmente.
“Brevemente criaremos o primeiro regimento ecológico, com a função de cuidar dos parques nacionais de acordo com os movimentos sociais”, anunciou Morales durante os atos comemorativos do dia da Pátria, em 6 de agosto. Morales foi, no passado, dirigente da associação nacional dos plantadores de coca.
“Já debatemos muitas vezes este tema com (…) todas as Forças Armadas”, disse Morales em um discurso transmitido por emissoras de rádio e televisão, no qual lembrou que a lei antinarcóticos proíbe expressamente o cultivo da folha de coca, matéria-prima para a cocaína, nas reservas ecológicas.
“Quero advertir todos os companheiros nos parques nacionais” sobre as plantações de coca, disse Morales, lembrando que os parques de Carrasco e Isiboro respeitam o limite de expansão dos cultivos, o que não ocorre no de Madivi.
O presidente boliviano falou também sobre os dados do diretor do Gabinete de Controle Antinarcóticos da Casa Branca, Gil Kerlikowske, que afirmou no final de julho que a Colômbia tem, pela primeira vez em 17 anos, uma capacidade de produção menor do que a do Peru (325 toneladas métricas em 2010) e Bolívia (265 toneladas métricas em 2011).
“Não queremos fazer tabelas de comparação sobre quanto recebem a Colômbia e a Bolívia, e quais são os resultados nesses mesmos países”, disse ele.
Segundo dados das Nações Unidas, a Bolívia possui 31 mil hectares de coca cultivados, a maioria destinada ao narcotráfico, entre os 12 mil legalmente permitidos.
A Bolívia erradicou, em 2011, 11 mil hectares de coca excedentária e, até 22 de julho, conseguiu destruir 5.857 hectares, segundo dados do vice-ministro da Defesa Social.