O governo boliviano admitiu nesta quarta-feira (17) que no final de 2011 agentes da polícia antinarcóticos revistaram na Bolívia um avião da Força Aérea Brasileira (FAB), em uma ação qualificada de infame por La Paz, mas garantiu que a medida não tem relação com o senador asilado na embaixada do Brasil em La Paz.
'Às vezes os (agentes) da Força Especial de Luta Contra o Narcotráfico cometem algumas infâmias porque não sabem se é um avião 'VIP' ou não. Houve uma reclamação (do Brasil) e esclarecemos isto', assinalou o chefe da diplomacia boliviana, David Choquehuanca, em entrevista à agência de notícias France Presse.
Choquehuanca respondeu nestes termos um comunicado emitido na terça-feira pelo ministério da Defesa do Brasil sobre o incidente envolvendo o avião militar a serviço do ministro Celso Amorim, que não estava no aparelho.
Segundo Brasília, 'no segundo semestre de 2011 ocorreram ações por parte das autoridades bolivianas que configuraram violações da imunidade das aeronaves da Força Aérea Brasileira (FAB), incluindo o avião que levou o ministro da Defesa em viagem oficial a La Paz no final de outubro de 2011'.
O governo brasileiro destacou que esta revista 'jamais' foi autorizada por Amorim e advertiu que 'tais procedimentos abusivos levarão à aplicação do princípio de reciprocidade'.
O chanceler boliviano destacou que a revista no avião da FAB 'não teve o objetivo de encontrar o senhor (senador Róger) Pinto', asilado há mais de um ano na embaixada brasileira em La Paz, mas sem salvo-conduto para sair da Bolívia.
Choquehuanca revelou que o Brasil 'fez chegar uma nota verbal sobre procedimentos 'infames' que as vezes acontecem no aeroporto', e destacou que 'ele mesmo, que tem passaporte diplomático', já foi interpelado devido à falta de conhecimento dos policiais dos protocolos internacionais.
'Alguns funcionários não conhecem bem as normas internacionais e cometem alguns atropelos; é preciso capacitá-los'.
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A oposição boliviana aproveitou a notícia do incidente com o avião do Brasil para assinalar que o governo de Evo Morales tem dois