DefesaNet O Tenente-Coronel Hugo Chavez Frias, mandatário da Venezuela, mudou o discurso nas últimas semanas. Passou de Simon Bolivar para Nestor Kirchner. Assim a viúva Cristina e reeleita como presidente na Argentina foi amplamente cortejada em Caracas, nos dias 2 e 3 de dezembro. Enquanto o Brasil através do Chanceler Antonio Patriota e o General-de-Exército Elito Siqueira, ministro-chefe do GSI, aceitavam impávidos os constrangimentos impostos à presidente Dilma Rousseff e comitiva. Agora uma absurda intromissão brasileira nos assuntos soberanos do Paraguai através do Chanceler sem Pasta Marco Aurélio Garcia. O nervosismo tem explicação e passa por questões de saúde conhecidas de todos, bem como a necessidade de ações nas áreas de diplomáticas, defesa e segurança. Resta saber se serão nos modelos Bolivarianos ou Kircneristas. Presidente Dilma Constrangida em Caracas 05 Dezembro 2011 – Link |
O assessor especial da Presidência da República para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou nesta quarta-feira que existe "mal-estar" no Mercosul pela demora do Congresso paraguaio em aprovar o ingresso da Venezuela ao bloco. A adesão já foi aprovada pelos Parlamentos de Argentina, Brasil e Uruguai, e sua concretização depende apenas do respaldo de Assunção, mas a a oposição e alguns setores do governo têm bloqueado o trâmite há três anos.
Garcia admitiu, em entrevista coletiva com correspondentes estrangeiros, que tal atitude gerou "certo mal-estar" no Mercosul, pois "até o governo paraguaio" apoia a entrada da Venezuela. Ele salientou que o Brasil não tem até agora informação precisa sobre a proposta do presidente do Uruguai, José Mujica, que levantou a possibilidade de procurar variantes jurídicas para receber a Venezuela no bloco sem a ratificação do Congresso paraguaio.
O petista também não especificou se o Brasil apoiaria essa alternativa, que pode ser abordada durante o encontro que o bloco realizará em Montevidéu no próximo dia 20, mas considerou que, "respeitando a soberania do Congresso paraguaio", o assunto deve ser resolvido o mais rápido possível.
O Tratado de Adesão da Venezuela ao Mercosul foi aprovado pelos governos de Argentina, Brasil, Uruguai e Paraguai em julho de 2006 durante uma reunião realizada em Caracas, da qual participaram os chefes de Estado dos cinco países e o presidente da Bolívia, Evo Morales, como convidado especial.
Os Parlamentos de Argentina e Uruguai foram os primeiros a ratificá-lo, enquanto no Brasil o trâmite demorou mais de dois anos e esteve envolto em polêmicas devido ao perfil "autoritário" do presidente Hugo Chávez e uma alegada "falta de garantias democráticas" da Revolução Bolivariana.
O "mal-estar" do Brasil em relação ao Parlamento paraguaio inclusive vai além, pois segundo Garcia, ali está bloqueada a designação de um novo embaixador em Brasília, um trâmite que deveria ter terminado "há dois anos". "Isso não ajuda na manutenção das boas relações" que existem entre Brasil e Paraguai, concluiu o assessor.