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Blogueiro morre após relatar baixas russas na Ucrânia

Pró-guerra, Andrey Morozov compartilhou no Telegram que Rússia havia perdido 16 mil soldados na captura da cidade ucraniana de Avdiivka e foi fortemente criticado. Fontes russas afirmam tratar-se de suicídio.

(DW) Um proeminente blogueiro russo pró-guerra foi encontrado morto após fazer uma postagem na qual afirmava que o exército russo havia perdido milhares de soldados durante a tomada da cidade ucraniana de Avdiivka, no leste do país. A causa da morte de Andrey Morozov, que usava o pseudônimo “Murz” no aplicativo de mensagens Telegram, teria sido suicídio.

No domingo (18/02), Morozov escreveu aos seus 120 mil seguidores no Telegram que a Rússiahavia perdido 16 mil militares e 300 blindados durante a captura de Avdiivka. O post foi amplamente criticado por propagandistas russos, que acusaram o blogueiro de “caluniar” o Ministério da Defesa.

Nas suas últimas mensagens, nesta terça-feira, Morozov relatou que estava sendo pressionado por seus “superiores” a excluir a postagem e anunciou seu suicídio. No mesmo dia, pessoas ligadas a ele confirmaram sua morte – alguns dizendo que ele havia se suicidado com um tiro.

A intimidação descrita por Morozov em sua última publicação ocorreu dias depois da morte do líder da oposição Alexei Navalny numa prisão russa e do assassinato na Espanha de um piloto russo que havia desertado durante a guerra.

O blogueiro, de histórico ultranacionalista, havia lutado ao lado de separatistas apoiados pela Rússia no leste ucraniano em 2014 e participado da invasão da Ucrânia pela Rússia em 2022.

Precedente com Prigozhin

Desde maio de 2024, quando o então chefe do grupo mercenário Wagner, Yevgeny Prigozhin, ensaiou uma rebelião, o Kremlin passou a reprimir vozes como Morozov. O próprio Prigozhin morreu três meses após o motim fracassado, quando o avião em que estava caiu .

Embora fosse favorável à guerra na Ucrânia, Morozov costumava criticar o Kremlin pela escassez de armas e acusava Moscou de omitir o verdadeiro número de mortos em suas forças.

Oficialmente, o governo de Moscou não costuma externar suas perdas, motivo pelo qual o número de militares abatidos no conflito é desconhecido – autoridades ocidentais estimam 315 mil soldados mortos e feridos.

Avdiivka foi conquistada pelos russos no sábado, após a retirada do exército ucraniano, na maior vitória para o presidente Vladimir Putin desde Bakhmut, em maio de 2023. Analistas acreditam que a conquista de Adviivka tenha causado um grande número de baixas, além de perdas expressivas de armamento.

De acordo com o jornal britânico The Guardian, o Ministério da Defesa do Reino Unido estima que a Rússia tenha perdido ao menos “400 tanques, veículos de infantaria e outros equipamentos”, além de “milhares de pessoas” em Avdiivka.

A Ucrânia afirmou que, ao longo dos cinco meses de batalha, foram mortos mais de 17 mil soldados russos, número semelhante ao divulgado por Morozov antes de ser repreendido. Kiev culpa os Estados Unidos pela derrota em Avdiivka, uma vez que os americanos seguem num impasse para o envio de mais ajuda à Ucrânia.

“Não teríamos [perdido] Avdiivka se tivéssemos toda a munição de artilharia necessária para defendê-la”, afirmou o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba.

le/av (ots)

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