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Biden e Putin trocam farpas sobre adesão da Ucrânia à Otan, que “agravaria tensões”

Os presidentes da Rússia e dos Estados Unidos comentaram nesta quinta-feira (13) os avanços da Ucrânia junto à Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte). Joe Biden, em viagem à Finlândia, frisou que o futuro do país é dentro da aliança atlântica, enquanto Vladimir Putin, em Moscou, ressaltou que a entrada de Kiev na organização militar ocidental “agravaria as tensões internacionais”.

(RFI) “Não é uma questão de saber se [os ucranianos] vão aderir à Otan, mas de saber quando poderão aderir, e eles vão aderir”, afirmou o presidente dos Estados Unidos, antes de avaliar que Vladimir Putin “já perdeu a guerra” na Ucrânia.

Segundo ele, Putin “poderia acabar com a guerra amanhã. Só teria que dizer: ‘Eu paro’.”   “Não há chance de ele vencer a guerra na Ucrânia (…). Ele já perdeu”, alegou Biden, durante uma visita à Finlândia para comemorar a recente entrada na Otan do país nórdico, que faz fronteira com a Rússia.

O democrata acrescentou que a falta de recursos militares e as dificuldades econômicas da Rússia são decisivas para Moscou não ser capaz de chegar à vitória na ofensiva militar iniciada há um ano e cinco meses, e que a contraofensiva ucraniana para reconquistar territórios tomados pela Rússia forçará o líder a negociar.

Pouco depois, Putin reagiu, alertando que a eventual adesão de Kiev à organização ocidental “não melhorará a segurança da Ucrânia”. “De maneira geral, tornará o mundo mais vulnerável e causará tensões adicionais no cenário internacional”, resumiu.

Uma das razões para a invasão russa à Ucrânia em 2022 foi a necessidade de impedir que a ex-república soviética um dia se juntasse à aliança de defesa transatlântica, liderada pelos Estados Unidos.

Mais armas

Na cúpula da Otan, esta semana, a Ucrânia obteve promessas de maior apoio militar das potências ocidentais – um apoio que Putin minimizou.

Os mísseis ocidentais “causam danos, mas nada crítico acontece nas zonas de combate onde foram usados. O mesmo é o caso dos tanques de fabricação estrangeira”, disse ele em entrevista transmitida pela televisão estatal russa.

Um general ucraniano anunciou que as forças armadas já receberam bombas de fragmentação, um tipo de arma altamente polêmica prometida pelos Estados Unidos. O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, alertou que o uso desse armamento, que espalha submunições por um vasto terreno, forçaria a Rússia a “tomar certas contramedidas”, que serão decididas por suas forças armadas.

Após o fim da cúpula da Otan, a Rússia lançou uma série de ataques aéreos contra a Ucrânia, que alegou ter destruído 20 drones explosivos e dois mísseis de cruzeiro russos. Os bombardeios noturnos deixaram pelo menos quatro pessoas feridas em Kiev, segundo as autoridades.

‘Ameaça nuclear’

O ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov, indicou que a entrega de caças F-16 ocidentais – que Kiev considera necessários para atacar atrás da linha de frente russa – seria considerada uma ameaça “nuclear”, já que esses aparelhos são capazes de transportar armas atômicas.

No entanto, segundo Biden, não há “nenhuma perspectiva real (…) de Putin usar armas nucleares”, já que “não só o Ocidente, mas também a China e o resto do mundo disseram: ‘Não entrem nesse terreno'” .

Biden chegou à Finlândia na quarta-feira para fechar a viagem europeia que começou em Londres, no domingo. A Finlândia deixou para trás décadas de neutralidade e, em abril, tornou-se o 31º membro da Otan.

“Cuidado com o que você come”

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse na quinta-feira que os EUA não têm certeza de onde Prigozhin está, mas brincou que o líder mercenário poderia ser envenenado.

“Se eu fosse ele, teria cuidado com o que come. Ficaria de olho no meu cardápio”, disse Biden, de acordo com transcrição da Casa Branca.

“Mas, brincadeiras à parte… acho que nenhum de nós sabe ao certo qual é o futuro de Prigozhin na Rússia.”

Wagner ajudou a Rússia a anexar a Crimeia em 2014, lutou contra militantes do Estado Islâmico na Síria, operou na República Centro-Africana e no Mali e tomou a cidade ucraniana de Bakhmut para a Rússia neste ano, com perdas consideráveis ​​em ambos os lados.

Com informações da AFP e Reuters

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