A BAE Systems precisa que a fusão com a EADS, controladora da Airbus, ocorra para não se tornar uma empresa a deriva sem uma estratégia clara em uma indústria que recua, ou ficar como um alvo de aquisição para rivais dos Estados Unidos.
Se a planejada fusão de 45 bilhões de dólares entre o grupo de defesa britânico e a gigante aérea europeia não for levada adiante, a BAE poderia analisar um negócio com um grupo norte-americano, vender sua unidade de negócios nos EUA ou permanecer sozinha tentando obter crescimento em um setor em contração.
O maior negócio de defesa na Europa em uma década enfrenta muitos obstáculos, incluindo uma discussão sobre a participação proposta de 60/40 para EADS-BAE, sobre a forma de prosseguir com projetos secretos e satisfazer os governos interessados em garantir as operações da EADS na França e na Alemanha.
"A BAE vê seus lucros de defesa caindo, o que eles vão fazer sobre isso? Ou eles se juntam com alguém em crescimento como a EADS ou se aliam com alguém que pode ajudá-los a cortar custos e ter economia em escala como Rockwell Collins, General Dynamics ou Lockheed Martin", disse um profissional do mercado de uma casa de investimentos britânica que detém participação na BAE.
Porém, esses planos poderiam ser anulados por causa da relutância do governo dos EUA em ver mais consolidação entre seus principais fornecedores no setor de defesa e a redução da concorrência. Ao mesmo tempo, alguns analistas acreditam que esta atitude poderia mudar já que a BAE é uma das maiores fornecedoras estrangeiros de armas para o Pentágono.
Se a fusão entre BAE e EADS não passar por algum dos muitos obstáculos políticos e de regulamentação em seu caminho, o grupo britânico vai ficar abandonado e Ian King, seu presidente-executivo há quatro anos, terá de enfrentar perguntas difíceis sobre a sua visão para a empresa.
"A BAE não tem um plano B… É o negócio com a EADS ou voltar a tentar impulsionar o crescimento de defesa, que é bastante limitado", disse uma fonte próxima à empresa britânica.
(Por Rhys Jones)