O ataque aéreo que atingiu um hospital na cidade afegã de Kunduz foi um erro cometido dentro da linha de comando dos Estados Unidos, disse o comandante norte-americano das forças internacionais no Afeganistão nesta terça-feira.
O general do Exército John Campbell também deixou claro que defende uma reavaliação de um plano para retirar quase todas as tropas norte-americanas até o final do próximo ano. Ele disse que ameaças crescentes no Afeganistão vindas do Estado Islâmico e da al Qaeda estavam entre os fatores colocados em suas recomendações à Casa Branca sobre o nível futuro de tropas.
No sábado, um hospital afegão gerenciado pela organização Médicos Sem Fronteiras (MSF) foi atingido por um ataque aéreo que matou 22 pessoas. Autoridades do MSF pediram uma investigação independente sobre o incidente, que classificaram como um "crime de guerra".
Campbell disse que as forças norte-americanas responderam a um pedido do Afeganistão e providenciaram suporte aéreo para as forças afegãs que estavam em conflito com militantes do Taliban em Kunduz, capital da província que foi capturada no mês passado pelo Taliban.
"Para ser claro, a decisão de fornecer fogo aéreo foi uma decisão norte-americana tomada dentro da cadeia de comando norte-americana", disse Campbell em testemunho no Comitê de Serviços Armados do Senado. Ele acrescentou que forças especiais dos EUA nas proximidades estavam se comunicando com a aeronave que fez os disparos. "Um hospital foi atingido por engano. Nunca iríamos atingir intencionalmente um local médico protegido."
Os comentários de Campbell foram o reconhecimento mais direto já feito pelo governo dos EUA de que o ataque ao hospital foi realizado por forças norte-americanas. Em um comunicado na segunda-feira, Campbell disse apenas que as forças dos EUA tinham respondido a um pedido de apoio das forças afegãs.
O presidente norte-americano, Barack Obama, espera que medidas sejam tomadas para evitar que tal incidente se repita, afirmou o porta-voz da Casa Branca Josh Earnest nesta terça-feira.
Campbell disse que direcionou forças sob seu comando para iniciar um treinamento para revisar autoridades operacionais e regras para prevenir incidentes futuros como o de Kunduz.
MSF cobra investigação independente sobre ataque aéreo no Afeganistão (Link)