A Europa vai "pagar o preço" se fornecer armas às forças rebeldes na Síria, disse o presidente sírio, Bashar al-Assad, em entrevista a um jornal alemão.
"Se os europeus fornecerem armas, o quintal da Europa vai se tornar terrorista e a Europa vai pagar o preço por isso", disse Assad, conforme trechos da entrevista, que será publicada na terça-feira pelo Frankfurter Allgemeine Zeitung.
Assad também alertou que a entrega de armas nas mãos dos rebeldes resultará na exportação de "terrorismo" para a Europa.
Nas primeiras declarações desde que os Estados Unidos anunciaram na quinta-feira que forneceriam ajuda militar aos rebeldes, Assad disse: "Os terroristas vão ganhar experiência no combate e retornar com ideologias extremistas."
Oposição síria pede armas em Bruxelas para derrubar regime de Assad
O comandante general do Exército Livre Sírio (ELS), Salim Idris, pediu nesta quarta-feira à União Europeia (UE) que forneça armas e munição à oposição do país para derrubar o regime de Bashar al Assad.
"Se tivéssemos as armas de que precisamos, o regime entraria em colapso em um mês", disse Idris em uma conferência organizada pelo grupo Liberal do Parlamento Europeu (PE) em Bruxelas.
O líder militar da oposição já pediu em fevereiro à UE a suspensão de seu embargo de armas à Síria, medida que os 27 acabam de prorrogar por três meses, embora com leves alterações para aumentar o número de equipes "não letais" que podem fornecer aos rebeldes.
Segundo Idris, do que a oposição realmente precisa são "armas e munição" que os permitam se defender dos ataques do regime e proteger à população.
O regime, segundo o responsável do ELS, está usando "armamento muito pesado", que inclui artilharia de longo alcance, mísseis do tipo Scud e bombardeios da força aérea.
Esses ataques, disse, destruíram 70% do território sírio, deixando milhares de vítimas e feridos e obrigando 1 milhão de pessoas a fugir do país.
Idris acrescentou que as forças rebeldes desejam a paz, mas necessitam de armas para forçar ao governo de Damasco a negociar.
Com agências: EFE/REUTERS