Após a decapitação de um turista francês por extremistas ligados ao "Estado Islâmico" (EI) na Argélia, o ministro da Defesa da França, Jean-Yves Le Drian, disse nesta quarta-feira (25/09) que está sendo estudada a possibilidade de o país se unir aos Estados Unidos na ofensiva aérea na Síria.
A França aderiu à coalizão internacional que combate o "Estado Islâmico" no Iraque, com base em um pedido de ajuda de Bagdá. Mas vem sendo reticente quanto a se juntar aos ataques também na Síria, preferindo apoiar a oposição moderada ao ditador Bashar al-Assad.
"A possibilidade está sobre a mesa", disse Le Drian, sobre aderir à ofensiva na Síria. "Mas já temos uma importante tarefa no Iraque, e vamos ver nos próximos dias como a situação se desenvolve."
Na quarta-feira, o presidente dos EUA, Barack Obama, usou seu discurso na Assembleia Geral da ONU para emitir um chamado global para que os países se unam à coalizão liderada pelos americanos.
Novos ataques
Segundo Le Drian, a França está em busca dos autores da decapitação. Ele reconheceu haver uma preocupação com as dezenas de milhares de cidadãos franceses que vivem na Argélia.
O presidente François Hollande convocou para esta quinta-feira uma reunião de emergência do gabinete para discutir o assunto. Na quarta, na Assembleia Geral da ONU, ele disse que a França não aceita chantagem, após os radicais exigirem o fim das operações no Iraque. "A luta contar o terrorismo precisa continuar e avançar", disse Hollande.
O assassinato do turista Hervé Gourdel, de 55 anos, aconteceu dias após o "Estado Islâmico" convocar seus seguidores a continuarem com as decapitações de cidadãos ocidentais de países envolvidos nos bombardeios na Síria e no Iraque. A declaração fez menção aos "franceses sujos e perversos".
Os ataques aéreos dos Estados Unidos na Síria na quarta-feira tiveram como alvo refinarias de petróleo controladas pelo "Estado Islâmico" no leste do país. Foram realizados 13 ataques, contra 12 refinarias e um veículo dos extremistas, que foi destruído.
Segundo a ONG Observatório Sírio de Direitos Humanos, pelo menos 19 extremistas foram mortos nos ataques americanos e de seus aliados na madrugada de quarta para esta quinta-feira.