À medida que o tiroteio em Cabul, no Afeganistão, chegava ao fim, na quarta-feira passada, a batalha no Twitter começava a esquentar, com representantes da coalizão da Otan trocando farpas com representantes do Taleban em uma explosiva conversa virtual.
Com mensagens escritas em jargões curtos comumente usados no Twitter, o confronto destacou um esforço dos Estados Unidos e da Otan em retratar quão mau sucedido fora o ataque à Embaixada dos Estados Unidos e à sede Força de Assistência à Segurança Internacional liderada pela Otan.
"Re: spox do Taleban sobre o ataque em #Kabul: o resultado é inevitável", dizia uma mensagem publicada na conta da Otan no Twitter, adotando a abreviatura em inglês para porta-voz (spox). "A pergunta é quanto tempo mais os terroristas afegãos vão colocar vidas inocentes em perigo?"
A isso, um representante do Taleban, que se identificou como Abdulqahar Balkhi na conta @abalkhi, respondeu em grafia truncada: "Eu não sei. Vocês os colocam em perigo há dez anos. Destruíram aldeias e mercados e têm corgem de falar em perigo?”
"Sério, @abalkhi?" respondeu a Otan, citando uma pesquisa da ONU que descobriu que os insurgentes foram responsáveis por 80% das mortes de civis no Afeganistão nos primeiros seis meses de 2011.
"UNAMA é uma entidade de quem? Minha ou sua?" foi a resposta do Taleban, usando a sigla para a missão da ONU no Afeganistão, a United Nations Assistance Mission in Afghanistan.
Um porta-voz da Otan em Cabul disse que a troca de farpas fez parte de uma campanha intensificada para combater, segundo ele, a desinformação veiculada em redes sociais. "Na semana passada, começamos a participar um pouco mais", disse o porta-voz, o tenente-coronel Jimmie E. Cummings Jr.
Por J. David Goodman