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Alemanha promete fazer de suas Forças Armadas a “espinha dorsal da defesa na Europa”

(Reuters) – A Alemanha vai fortalecer suas Forças Armadas para torná-las a espinha dorsal da dissuasão e da defesa coletiva na Europa, prometeu seu ministro da Defesa nesta quinta-feira, enquanto Berlim divulgava novas diretrizes de política de Defesa pela primeira vez em mais de uma década.

O documento de 19 páginas detalha o que o “Zeitenwende” – a grande mudança de política anunciada pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, após a invasão da Ucrânia pela Rússia em fevereiro de 2022 – significa para o funcionamento da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs. 

Como primeiro passo para recuperar as forças militares após décadas de desgaste na sequência da Guerra Fria, a Alemanha criou no ano passado um fundo especial de 100 bilhões de euros para comprar armas modernas e se comprometeu a atingir o objetivo da Otan de gastar pelo menos 2% do PIB em defesa a partir de 2024.

“Com o Zeitenwende, a Alemanha se torna um país adulto em termos de política de segurança”, disse o ministro da Defesa, Boris Pistorius, ao apresentar as diretrizes, as primeiras desde 2011, quando Berlim suspendeu o recrutamento.

Pistorius classificou o documento como a resposta de Berlim a uma nova realidade, uma vez que a invasão em grande escala da Ucrânia pela Rússia em 2022 trouxe de volta a guerra à Europa e aumentou o nível de ameaça, mudando assim fundamentalmente o papel da Alemanha e da Bundeswehr.

“Como o país mais populoso e economicamente forte no coração da Europa, a Alemanha deve ser a espinha dorsal da dissuasão e da defesa coletiva na Europa”, disse. 

As forças alemãs precisavam ser reorientadas para a sua missão principal – a defesa confiável da Alemanha e dos seus aliados – e estar “prontas para travar uma guerra”, disse ele.

Alemanha vai aumentar despesas com a defesa

Na conferência anual das Forças Armadas alemãs, o chanceler Olaf Scholz prometeu, a longo prazo, aumentar significativamente os gastos com a defesa. Objetivo é gastar 2% do Produto Interno Bruto com o Exército até 2030. O chanceler alemão, Olaf Scholz, destacou esta sexta-feira (10.11) a mudança de rumo levada a cabo após o início da guerra entre a Rússia e a Ucrânia para dotar a Alemanha de Forças Armadas capazes de proteger o país e defender o território da Aliança Atlântica (NATO) a longo prazo.

“Nos últimos 18 meses, reajustámos a nossa cultura militar, o ADN da política de segurança federal”, afirmou Scholz no discurso proferido na conferência anual da Bundeswehr, as Forças Armadas alemãs.

A situação política mundial “confirma a importância e a necessidade desta mudança de rumo”, acrescentou o chanceler, referindo-se à guerra na Ucrânia e ao conflito no Médio Oriente.

O chanceler agradeceu também ao ministro da Defesa, Boris Pistorius, por ter empreendido reformas estruturais necessárias.

Berlim garante financiamento sustentável

“Garantimos um financiamento sustentável para o exército alemão”, afirmou, referindo como um “primeiro passo importante” os 100 mil milhões de euros de financiamento adicional anunciados a 27 de fevereiro do ano passado, que permitirão atingir o objetivo da NATO de disponiilizar 2% do Produto Interno Bruto (PIB) para despesas com a defesa até 2024, pela primeira vez em mais de três décadas.

Scholz referia-se ao fundo especial do governo criado após a invasão russa da Ucrânia para modernizar as Forças Armadas da Alemanha. A guerra levantou questões sobre a prontidão da Bundeswehr e levou e vários governos europeus a reavaliarem as suas estratégias de defesa.

No entanto, acrescentou o chanceler, a mudança de era provocada pela “agressão russa” exige “uma mudança permanente de rumo a longo prazo”.

Por outro lado, Olaf Scholz sublinhou a importância de uma cooperação mais estreita em matéria de armamento na Europa, por razões financeiras, operacionais, logísticas e de política de alianças.

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