O presidente do Irã, Mahmoud Ahmadinejad, e o seu colega venezuelano, Hugo Chávez, exaltaram Daniel Ortega ao chegar na Nicarágua nesta terça-feira para participar da cerimônia de posse do presidente, reeleito para um terceiro mandato.
Ahmadinejad se referiu a Ortega como seu "presidente irmão" e à Nicarágua como uma nação revolucionária ao chegar na terça-feira a Managua. Depois de defender o programa nuclear de seu país durante parada na Venezuela, Ahmadinejad traçou paralelos entre o povo no Irã e na Nicarágua, dizendo que eles estão "no caminho para uma luta pelo estabelecimento da Justiça e da segurança."
O líder iraniano, acompanhado por uma comitiva com cerca de 100 pessoas, foi recebido pelo chanceler nicaraguense, Samuel Santos, na sua chegada ao aeroporto internacional de Managua. Logo após aterrissar na cidade, Ahmadinejad se declarou "muito contente de estar na terra da revolução (sandinista), terra do presidente Ortega", e reafirmou que estreitará os laços com o país.
De acordo com o jornal venezuelano El Universal, o presidente Hugo Chávez também chegou à Nicarágua, e elogiou o terceiro mandato de Ortega como sendo algo muito "importante para a Aliança Bolivariana".
Chávez parabenizou o colega por esse dia histórico, uma vez que com "esse mandato começa um novo período muito importante não apenas para a Nicarágua, como para a Alba e para a América Central. O triunfo de vocês é o triunfo da Alba", disse o presidente.
Chávez fez a viagem acompanhado do chanceler venezuelano, Nicolás Maduro, e foi recebido por Samuel Santos. Na segunda-feira, ele e Ahmadinejad realizaram um encontro em Caracas, capital venezuelana, em meio a um novo recrudescimento da crise entre o Irã e as potências ocidentais.
A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) confirmou na segunda-feira que o Irã havia começado a enriquecer urânio na nova usina de Fordo, um fato que os Estados Unidos e a Alemanha tacharam como uma "escalada" e o Reino Unido como "provocação".
De Caracas, o presidente iraniano havia repudiado as suspeitas dos ocidentais de que seu programa nuclear vise a desenvolver a bomba atômica. "Não sabem o que está ocorrendo. Todos sabem que isto é algo para se rir, para se ironizar", disse Ahmadinejad.
O venezuelano, por sua vez, expressou sua "solidaridade" com o Irã. "Sabemos que um dos objetivos que o império ianque tem na mira há muito tempo é o Irã. Assim, (expressamos) nossa solidariedade", afirmou.
O giro de Ahmadinejad, que viaja acompanhado de seu chanceler e dos ministros de Economia, Comércio e Energia, terminará na quinta-feira no Equador.
Frente a este périplo , Washington voltou a pedir na segunda-feira para que os quatro países façam "tudo o possível" para "lembrar" ao Irã de "que o caminho tomando em seu diálogo nuclear com a comunidade internacional é errado".
Teerã tem sido alvo de novas sanções americanas por seu programa nuclear, enquanto a União Europeia anunciou um princípio de acordo para decretar um embargo às importações de petróleo iraniano.
Em resposta, o Irã advertiu contra a presença militar dos Estados Unidos no Golfo Pérsico e chegou a ameaçar fechar o estreito de Ormuz, por onde passam cerca de um quinto do transporte marítimo mundial de petróleo.
Com AFP, EFE, AP