O Parlamento afegão pediu nesta segunda-feira que os americanos culpados pelo massacre que matou 16 civis neste domingo, no sul do Afeganistão sejam julgados diante do povo. Os talibãs também prometem vingar a morte dos afegãos, entre elas mulheres e crianças e idosos, vítimas de um ataque de um militar americano.
Na sessão desta segunda-feira, o parlamento afegão pediu que os culpados americanos do massacre que resultou na morte de 16 civis neste domingo, no sul do Afeganistão , sejam julgados “em um processo público diante do povo afegão. ” Em um comunicado, a Câmara Baixa do Parlamento denunciou um massacre “brutal e desumano.” O texto também destaca que “a população perdeu a paciência diante da ignorância das forças estrangeiras.”
Na madrugada de domingo, um soldado deixou sua base militar de Kandahar no sul do país, invadiu várias casas e promoveu um massacre, matando entre eles nove mulheres e três mulheres. Em seguida, o soldado queimou os corpos. Ele está atualmente detido em uma base americana.Em um comunicado, os talibãs prometem redobrar seus ataques contra os militares americanos, que eles qualificaram de "selvagens e doentes mentais".
No domingo, o presidente afegão Hamid Karzai denunciou um "assassinato e ato imperdoável", e pediu "explicações" ao governo americano, que dirige as forças estrangeiras no país. O presidente americano Barack Obama também deplorou um drama "trágico" Segundo a Casa Branca, Obama defendeu que o caso seja esclarecido o mais rápido possível e que os responsáveis sejam punidos.
Merkel admite atraso na retirada de tropas alemãs
Nesta segunda-feira, a chanceler alemã Angela Merkel desembarcou no Afeganistão para uma visita surpresa às tropas alemãs baseadas na região norte do país. A chanceler declarou ter dúvidas de que os soldados alemães que integram as forças estrangeiras no país possam deixar o Afeganistão em 2014, como previsto. em fevereiro, o presidente Barack Obama disse estar "confiante" na retirada das tropas americanas até a data prevista.
Soldado americano pode ser executado por massacre de afegãos
O sargento americano acusado de matar 16 civis afegãos poderá enfrentar a pena de morte em seu julgamento nos Estados Unidos, afirmou nesta segunda-feira o secretário americano de Defesa, Leon Panetta. O suspeito do massacre será submetido à Justiça militar americana, que prevê a pena de morte para alguns casos, disse o chefe do Pentágono a jornalistas durante um voo para o Quirguistão.
Perguntado diretamente se o militar poderia ser condenado à morte, Panetta respondeu: "nesta situação isto deve ser considerado". Panetta qualificou o ataque de "terrível perda de vidas" e destacou que ainda não ficou claro o que motivou o massacre de civis.
Na manhã deste domingo, o sargento americano da força internacional da Otan (Isaf) saiu de sua base na província de Kandahar, um reduto talibã, e matou os moradores de três casas de vilarejos próximos, incluindo nove crianças e três mulheres. Depois ele queimou os corpos, voltou à base e relatou a ocorrência. "Não estamos certos de sua motivação, ele permanece sob custódia e garanti ao presidente (Hamid) Karzai que será levado à Justiça, pagará por isto", declarou Panetta.
Mais cedo, o comandante das forças da Otan no Afeganistão, o general americano John Allen, confirmou que o incidente foi "um ato isolado". "A evidência até o momento, tanto em termos de observações como relatórios e entrevistas, nos leva a crer que ele atuou como um só indivíduo neste ponto", afirmou Allen, que se negou a dar o nome do militar para proteger a investigação.
Com agências RFI/AFP