O embaixador britânico na ONU, Mark Lyall Grant, negou nesta sexta-feira que seu país tenha militarizado o Atlântico Sul, disse que as acusações argentinas "são lixo" e criticou o país sul-americano por iniciar uma "guerra de declarações" quando se completam 30 anos da "invasão ilegal" das Malvinas.
"Nada mudou em relação a nosso posto de defesa nas ilhas Falkland (Malvinas)", afirmou o embaixador britânico na sede da ONU, depois que a Argentina formalizou sua queixa perante o organismo por causa da "militarização" da região, ao que respondeu que as supostas provas apresentadas são "lixo".
O embaixador, que se negou a comentar se seu país deslocou submarinos nucleares, reiterou sua determinação de seguir defendendo os habitantes das ilhas "para que não se repita" a invasão de 1982 e criticou o Governo de Cristina Fernández de Kirchner por propiciar uma "escalada da retórica" verbal entre ambas as nações.
O secretário-geral da ONU, Ban Ki-moon, pediu nesta sexta-feira que Argentina e Reino Unido "evitem uma escalada" na disputa pelas Ilhas Malvinas, após manifestar sua "preocupação" com a crescente troca de acusações entre ambos os países em torno desta questão.
Ban ki-Moon "espera que os governos da Argentina e do Reino Unido evitem uma escalada nesta disputa e resolvam as divergências de forma pacífica e por meio do diálogo", segundo um comunicado da ONU, após uma reunião entre o secretário-geral e o chanceler argentino, Héctor Timerman, em Nova York. Ban Ki-Moon ofereceu seus "bons ofícios para resolver esta disputa" e permanece "disponível se ambos os países desejarem", conclui o texto.
Timerman denunciou nesta sexta o Reino Unido na ONU pela "militarização" do Atlântico Sul, depois da decisão de Londres de enviar um moderno destróier às Ilhas Malvinas, ocupadas pelos britânicos desde 1883 e que têm sua soberania reivindicada pela Argentina.
A tensão entre Buenos Aires e Londres aumenta com a proximidade do 30º aniversário da Guerra das Malvinas, que começou no dia 2 de abril de 1982 e terminou 74 dias depois com 255 britânicos e 649 argentinos mortos em combate e com a rendição das tropas da Argentina, na época governada por uma ditadura.
Com agências: EFE e AFP