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A UE e o FMI oferecem ajuda financeira ao novo regime da Ucrânia

LUIS DONCEL / LAURA M. LOMBRAÑA Bruxelas / Sydney 
El País
 
A nova onda de tensão vivida pela Ucrânia começou há três meses, quando o então presidente, Victor Yanukovich, rejeitou na última hora um acordo comercial que negociava com a União Europeia devido às pressões –e ofertas de ajuda em dinheiro constante e ressonante- apresentadas pelo presidente russo, Vladimir Putin. Agora, uma vez deposto Yanukovich e com um governo pró-ocidental em processo de formação, a UE reitera a Kiev sua oferta de ajuda financeira e de um acordo comercial que atraia o vizinho do leste ao espaço europeu.
 
“Creio que os ucranianos vão assinar o acordo”, afirmou o comissário europeu do Comércio, Karel de Gucht, ainda que admitindo que os prazos não estão claros. “Não sei quando será. Primeiro precisamos de um novo Governo, que deve tomar uma decisão democrática e deve fazê-lo em uma situação estável”, acrescentou o político belga à emissora Sky News. Olli Rehn, vice-presidente econômico da Comissão, acrescentou que a EU está preparada para oferecer ajuda financeira à Ucrânia.
 
A oferta de um acordo comercial não é nenhuma novidade. Foi o presidente Yanukovich em pessoa que disse não à UE no final de novembro do ano passado. Mas o fato de a UE voltar a colocá-la sobre a mesa somente 24 horas após a queda do regime pró-Rússia mostra a mudança de tom no cenário político ucraniano.
 
O ministro britânico das Relações Exteriores, William Hague, também estendeu a mão ao novo governo em uma entrevista concedida neste domingo à BBC. “Se há um pacote econômico, será importante que a Rússia não sabote esta ajuda europeia e colabore” para melhorar “a desesperadoramente difícil” situação da Ucrânia, afirmou Hague. A Lituânia, país que ocupava a presidência da EU quando Yanukovich rejeitou a Europa, também reiterou a oferta de um acordo comercial.
 
Esta cascata de declarações se une às feitas durante o sábado por diferentes autoridades políticas europeias. Todas elas respaldaram o novo regime, contra a vontade do Kremlin, que considera que houve uma traição ao acordo fechado entre os distintos setores ucranianos motivada pelos governos de Polônia, França e Alemanha.
 
Berlim e Londres insistiram no sábado sobre a necessidade de que o Fundo Monetário Internacional (FMI) ofereça ajuda à Ucrânia, um país com gigantescas necessidades financeiras e cuja situação econômica é muito complicada. Essa pressão começou a surtir efeito e a diretora do FMI, Christine Lagarde, confirmou neste domingo em Sidney (Austrália) que o organismo internacional está disposto a prestar apoio financeiro à Ucrânia se as autoridades do país solicitarem.
 
Lagarde lembrou durante a reunião de ministros das Finanças do G-20 que a Ucrânia faz parte do FMI e acrescentou que o organismo “está aqui para servir todos os seus membros”. “Se as autoridades ucranianas pedirem o apoio do FMI, seja do ponto de vista da política, do apoio econômico ou em discussões sobre as reformas econômicas, evidentemente que estamos preparados”, afirmou Lagarde.
 
No entanto, ela disse que o FMI está esperando que a situação se estabilize e que haja alguém com quem conversar “porque são necessárias duas partes para qualquer discussão”. Com essas palavras, Lagarde sugeriu que o organismo que ela dirige não fará propostas concretas até que surja uma liderança política clara da crise que sacode o país.
 
Assim que as autoridades ucranianas pedirem, o FMI estará pronto “para ajuda com o diagnóstico da situação atual, que claramente evoluiu dramaticamente do ponto de vista humanitário e econômico”, afirmou Lagarde. A diretora da entidade quis assegurar que o FMI terá um papel “catalítico” no futuro econômico da Ucrânia, mas o certo é que as dúvidas sobre sua capacidade de manobra surgiram já na reunião do G-20. O grupo que reúne as economias mais poderosas do mundo lamentou em um comunicado a situação de bloqueio sofrida pelo organismo.
 
Ashton destacava a importância de reformar a Constituição, formar um novo Governo “inclusivo” e criar as condições para eleições convocadas para o dia 25 de maio, o mesmo dia em que os europeus estão convocados para ir às urnas para renovar a Eurocâmara. Tanto a chefe da diplomacia europeia como o presidente da Comissão, José Manuel Barroso, e o presidente do Parlamento, Martin Schulz, mostraram sua satisfação pela libertação da ex-primeira-ministra e líder opositora, Yulia Timoshenko.

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