O comandante das forças iranianas da milícia Basij, o brigadeiro-general Mohammad Reza Nakdi, disse que a queima do Alcorão por soldados dos EUA no Afeganistão só poderia ser vingada pela queima da Casa Branca e pelo enforcamento de todos os envolvidos no ato abusivo, informou na segunda-feira o canal de televisão inter-árabe Al Arabiya.
A declaração do general apareceu em meio a agravamento extremo das relações entre Irã e Estados Unidos.
Na semana passada, soldados da base norte-americana de Bagram destruíram livros religiosos muçulmanos, incluindo cópias do Alcorão, o que provocou protestos no Afeganistão.
Na quinta-feira, o chefe da Casa Branca, Barack Obama, enviou ao povo afegão uma carta pedindo desculpas. Anteriormente, o comandante do contingente da OTAN no Afeganistão, John Allen, e Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, também pediram desculpas pelo incidente.
Ministros afegãos cancelaram visita para EUA
Os membros de uma delegação que inclui, em particular, o ministro do interior e ministro da defesa do Afeganistão, cancelaram sua visita a Washington por causa da necessidade de abordar as questões de segurança interna, informou o Pentágono em um comunicado segunda-feira.
“Altos funcionários afegãos esta semana estarão se consultando com membros do governo e líderes religiosos sobre como proteger os funcionários da Força Internacional de Assistência para Segurança da OTAN (ISAF na sigla inglesa) e pôr fim à violência no país”, disse em um comunicado o representante do Departamento de Defesa dos EUA George Little.
Distúrbios começaram no Afeganistão na terça-feira passada depois que soldados da OTAN queimaram livros religiosos muçulmanos, incluindo o Alcorão. Durante os distúrbios, pelo menos 25 pessoas foram mortas.
Segundo informou hoje a agência France-Presse (AFP), um ataque de homem-bomba numa base da OTAN no Afeganistão matou nove pessoas e feriu outras oito.