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A Assembleia da ONU considera o referendo da Crimeia ilegal

EVA SAIZ Washington 
 
Na Europa, o presidente dos Estados Unidos confirmava ao lado dos países membros da União Europeia, a OTAN e o G-7 o isolamento da Rússia, em represália por sua invasão e posterior integração da região ucraniana da Crimeia em seu território. Em Nova York, a Assembleia Geral das Nações Unidas confirmou esse ostracismo nesta quinta-feira através de uma resolução promovida em Kiev, na que se conclui que essa anexação é ilegal.
 
100 estados membros respaldaram o documento, 58 abstiveram-se e 11 –Armênia, Bielorrússia, Bolívia, Cuba, Coreia do Norte, Nicarágua, Rússia, Sudão, Síria, Venezuela e Zimbábue- votaram contra. Esse resultado evidência que os esforços de Moscou por esgrimir o direito à autodeterminação dos cidadãos da Crimeia não deram resultado. Não obstante, parte do bom número de apoios foram conseguidos quando retiraram do texto qualquer menção específica à Rússia, em uma amostra do pouco ânimo que existe no seio da organização em distanciar-se de maneira abrupta do país que preside Vladimir Putin.
 
“A resolução não está dirigida a condenar nenhum Estado membro”, advertia o representante de Ucrania ante a ONU, Yuriy Sergeyev, em uma carta que acompanhava o documento. O texto estabelece que “o referendo que se desenvolveu na República Autônoma da Crimeia em 16 de março não tem validade e não pode servir como base para a alteração do status da República Autônoma da Crimeia ou da cidade de Sebastopol”. Nessa mesma linha conciliadora, a resolução pede a “todas as partes que busquem de maneira imediata uma solução pacífica à situação na Ucrânia através de um diálogo político direto, para exercer a contenção, para evitar qualquer tipo de ações unilaterais e retórica provocativa que possa incrementar a tensão”.
 
Embora este tipo de resoluções não são vinculantes, diferente das do Conselho Permanente, as votações no seio da Assembleia Geral, onde estão representados os 193 Estados que integram as Nações Unidas, têm um especial caráter simbólico já que, no fundo, mostram o parecer geral a nível mundial a respeito dos diferentes cenários internacionais que ali se debatem.
 
Onde a Rússia não precisa pôr em prática suas manobras partidárias é na Assembleia Geral. Seu poder de veto impediu, um dia antes de que o referendo na Crimeia fosse realizado, que os países membros aprovassem uma resolução na que se denunciava a “falta de invalidade” dessa consulta secessionista. Em 19 de março também impediu que a ONU votasse outro texto promovido pela Ucrânia no qual se denunciava a anexação.
 

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