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Suécia estuda compra do avião brasileiro KC-390 no fim de 2024 por causa de ameaça da Rússia

Presidente Lula, oficiais da Aeronáutica, executivos da EMBRAER Defesa e SAAB e os ministros da Defesa do Brasil e Suécia, em Gavião Peixoto 09MAIO2023 Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X9 Especial para DefesaNet

Após a invasão da Ucrânia, Estocolmo revê suas capacidades militares e busca atualizar frota de transporte tático como parte das mudanças, que incluem adesão à OTAN


Felipe Frazão
portal Estadão
16 Maio 2023

Nota DefesaNet

Mensagem recebida da Embaixada da Suécia no Brasil, Brasília DF.
Clarification Note received from Sweden Embassy

Abaixo as matérias relacionadas a esta NOTA de ESCLARECIMENTO, tanto em Português como em Inglês.

Embaixada da Suécia – Sweden Embassy

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DefesaNet
Gripen e Suécia – Os impactos da geopolítica no Programa Gripen e a necessidade de reavaliar

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Somente em Português – Just in Portuguese


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Suécia estuda compra do avião brasileiro KC-390 no fim de 2024 por causa de ameaça da Rússia


O Editor

BRASÍLIA – A Suécia deve levar ao menos mais 1 ano e meio para decidir sobre a possível compra do avião militar brasileiro KC-390, indicou ao Estadão uma fonte do governo sueco com conhecimento do assunto. Após a invasão da Ucrânia pela Rússia, a Suécia revisa suas capacidades e planos de Defesa. Uma das primeiras medidas foi pedir, junto à vizinha Finlândia, para aderir formalmente à OTAN (Organização do Tratado de Atlântico Norte).

A Administração de Material de Defesa da Suécia (FMV), uma agência do governo em Estocolmo responsável por equipamentos e logística, realiza avaliações sobre as necessidades de atualizar a frota de aviões de transporte tático. Atualmente, a Real Força Aérea Sueca opera seis aviões Hércules C-130, fabricados pela norte-americana Lockheed Martin.

A aquisição de aviões de transporte como o KC-390, fabricado pela Embraer, é uma das opções do país nórdico. O ministro da Defesa Civil, Carl-Oskar Bohlin, afirmou ao Estadão que o país têm interesse no avião brasileiro, mas ainda depende da evolução das avaliações e da definição de orçamento, processo que envolve aspectos técnicos, militares e políticos. Ele não quis dizer quantos aviões podem ser encomendados à Embraer.

“A Suécia está avaliando suas capacidades estratégicas de transporte, dentro da Força Aérea. Não tomamos nenhuma decisão ainda, mas uma das opções que consideramos é o KC-390″, afirmou Bohlin, que também evitou citar prazos.

O processo, segundo um funcionário do gabinete do Ministério da Defesa sueco, passa por uma longa discussão e só será definido quando houver consenso entre diferentes esferas e instâncias do país. A decisão não deve sair antes do fim de 2024.

O ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, visita a aeronave de transporte multimissão KC-390 durante visita às instalações da EMBRAER Defesa & Segurança, em Gavião Peixoto/SP

A expectativa no governo sueco é a FMV emita seu parecer técnico entre outubro e novembro. São feitas avaliações técnicas, estratégicas, militares e econômicas sobre as capacidades e necessidades da Real Força Aérea.

Depois, esse relatório sobe, remetido à decisão política do governo, que deve indicar sua posição até o verão europeu, em meados do ano que vem. O Ministério da Defesa apresentará então sua opção à Comissão de Defesa da Suécia, uma instância de consultas entre membros do governo e dos oito partidos políticos representados no Congresso.

Em seguida, entram em cena os parlamentares, que votam as leis e orçamentos e encaminham os planos de volta ao governo para execução, provavelmente, no fim do ano que vem, conforme uma linha do tempo apresentada à reportagem.

Se o negócio vingar com a Embraer, o KC-390 pode vir a se integrar a operar nas Forças Armadas da Suécia com aeronaves Gripen. Fabricados pela sueca Saab, esses caças foram comprados pelo governo brasileiro, num total de 36 unidades, das quais seis já foram entregues ao Brasil.

No mês passado as fabricantes do Gripen e do KC-390 firmaram um memorando de entendimentos com foco no fornecimento do avião brasileiro multimissão à Suécia.

A aviação de caça brasileira já opera quatro Gripen, na Base Aérea de Anápolis (GO). Os planos da Força Aérea Brasileira são que os Gripen sejam usados em conjunto com o KC-390, que pode servir para reabastecer os caças em voo, entre outras operações. O KC-390 é um vetor de transporte de cargas e passageiros, que pode ser usado em múltiplas finalidades. aviões Hércules C-130, fabricados pela norte-americana Lockheed Martin.

O ministro da Defesa Civil da Suécia, Carl-Oskar Bohlin, discursa na solenidade de inauguração da linha de montagem do Gripen F-39F na EMBRAER Defesa & Segurança, em Gavião Peixoto/SP

KC-390 é um dos projetos estratégicos da Aeronáutica e vem sendo apresentado ao governo da Suécia ao menos desde 2017, quando o então ministro da Defesa Raul Jungmann foi a Estocolmo fazer o lobby. Os esforços de venda incluem road-show e conversas presidenciais. Além do Brasil, o avião foi adquirido por Portugal, Hungria e Holanda.

Como alternativa, o governo sueco considera comprar novos Hércules C-130, os Super Hércules, ou ainda fechar um contrato para renovar os que já opera, fabricados na década de 1960, similares aos usados no Brasil, que devem ser progressivamente substituídos pelos KC-390.

A Suécia está na área de influência da vizinhança da Rússia e aguarda nas próximas semanas uma decisão sobre sua adesão completa à Otan. A expansão da aliança militar ocidental serviu de pretexto para o governo Vladimir Putin deflagrar a guerra na Ucrânia. Primeiro, Putin prometeu dar uma resposta caso Suécia e Finlândia abandonassem a neutralidade. Depois, disse que não seriam uma ameaça. Mas um aliado, o governo turco de Recep Erdogan, bloqueia a adesão de Estocolmo, tradicional fabricante de armamentos.

Em outra mudança de cenário por causa da guerra, em março, os oficiais-generais dos comandos aéreos dos quatro países nórdicos – Suécia, Noruega, Finlândia e Dinamarca – anunciaram a intenção de colocar no ar uma força de defesa conjunta. Eles já promoviam operações e manobras conjuntas e agora lançaram as bases para a criação da Força Aérea Nórdica, reunindo caças dos quatro países.

Questionado sobre um possível socorro à Ucrânia com envio de caças Gripen, o ministro sueco Bohlin afirmou que a União Europeia precisa tomar essa decisão em conjunto, mas que a ajuda não pode ser descartada num cenário de longo prazo e continuidade do conflito armado com os russos.

Presidente Lula e CEOs da EMBRAER Defesa & Segurança Bosco da Costa Jr e da SAAB Micael Johansson descerram a placa comemorativa da de inauguração da Linha de Montagem do Gripen F-39 F Foto Lucas Lacaz Ruiz Agência X-9 Especial para DefesaNet

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