Texto do royalnavy.mod.uk
Tradução, adaptação e edição – Nicholle Murmel
Aproximadamente 1.600 combatentes britânicos foram mortos nos naufrágios durante a Batalha de Coronel em 1914 – a primeira grande derrota da Marinha Real em mais de um século.
Cem anos depois, o contratorpedeiro Type 45 HMS Dragon e a fragata da Marinha chilena CNS Almirante Cochrane ancoraram sobre os destroços do HMS Good Hope e do HMS Monmouth para uma cerimônia de memorial.
A bordo da CNS Cochrane estava o comandante da Marinha do Chile, Almirante Enrique Larrañaga Martin, também o comandante da Marinha Real, Primeiro Lorde-do-Mar Almirante Sir George Zambellas, o comandante da Marinha canadense, Vice-Almirante Mark Norman, e o Almirante-de-Esquadra Karl-Wilhelm Ohlms, da Marinha alemã. Cada um lançou ao mar uma coroa de flores para relembrar os marinheiros mortos.
A derrota em Coronel em novembro de 1914 contra uma esquadra de cruzadores alemães, sob comando do Almirante Graf Spee, custou a vida de 1570 marinheiros aliados, entre eles o Contra-Almirante Christopher Cradock e quatro oficiais canadenses, os primeiros cidadãos do país a morrer na Primeira Guerra e primeiros combatentes da Marinha Real canadense a morrerem em combate.
Além de participar do marco da Batalha de Coronel, o HMS Dragon passou três dias no porto de Valparaíso por conta da Exponaval – maior exposição de navios e sistemas navais da América do Sul – onde o contratorpedeiro foi ancorado ao lado de outra antiga fragata da Marinha Real Britânica, a atual CNS Almirante Willams (antigamente HMS Sheffield). “A ligação da Royal Navy com o Chile vem de séculos. Nossos laços permanecem próximos ainda hoje, como é visível pelo apoio do HMS Dragon à Exponaval. E estamos especialmente orgulhosos por fazermos parte do memorial da Batalha de Coronel junto com representantes da Alemanha, do Canadá e do Chile”, declarou o Almirante Zambellas.
“À medida em que nossas Marinhas se modernizam, exploramos novas e empolgantes oportunidades para parcerias. Pelo compartilhamento das ambições, conhecimento e tecnologia, podemos aprofundar e reforçar ainda mais nossa cooperação marítima multinacional”, continua o comandante. Ao longo da exposição, o Dragon representou a Marinha Real e o Reino Unido enquanto as empresas mostravam o que há de melhor na indústria naval britânica. Também foi feita uma demonstração para a Marinha chilena e convidados, incluíndo a embaixadora britânica em Santiago, Fiona Clouder. Os convidados puderam ver em o que um ds navios de guerra mais avançados da Grã-Bretanha e seus 200 tripulantes eram capazes de fazer.
A embaixadora Clouder elogiou o contratorpedeiro: “um navio lindo, elegante no design e avançado em tecnologia”. E acrescentou: “o que me chamou a atenção também foram os valores da tripulação – comprometimento, coragem, disciplina, respeito, integridade e lealdade – qualidades também da Marinha do Chile”.
Os tripulantes do contratorpedeiro também entraram em formação para honrar o monumento à Batalha de Iquique – que é para a Marinha do Chile o que a Batalha de Trafalgar representa para a Marinha Real – enquanto o comandante do navio, Comandante Rex Cox, lançou uma coroa de flores com a forma da bandeira da Inglaterra.
Havia também uma coroa para a família do HMS Dragon – o capitão do navio anterior a ter esse nome, um cruzador da Primeira Guerra, morreu enquanto levava a embarcação por uma viagem pela América do Sul em 1930. O Comandante Louis Horatio Beckford Bevan é um dos vários marinheiros britânicos cujo túmulo em Valparaíso agora é condecorado com o brasão do HMS Dragon atual. “Foi uma honra e um privilégio ser convidado pela Marinha do Chile para vir a Valparaíso, relembrar a Batalha de Coronel e os quase 1.600 marinheiros que perderam a vida há 100 anos. E também ter um lugar de destaque na maior exposição naval da América Latina”, disse o Comandante Cox.