Sargento Anderson, Prof.Hermelindo Lopes, Tenente Fraga E Tenente-Coronel Denys
O Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) atinge sua maioridade no auge da corrida espacial que colocava os Estados Unidos da América (EUA) e a União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) em uma frenética disputa no setor aeroespacial. Poucos meses antes, a missão Apolo 11 levara os astronautas Neil Armstrong, Michael Collins e Buzz Aldrin à Lua, processo televisionado no intuito de conquistar corações e mentes para o lado capitalista da bipolaridade da Guerra Fria.
Para fazer frente aos novos tempos, o ITA inicia a década de 1970 em um processo de modernização de seus laboratórios, além da instalação do Curso Superior de Tecnologia da Computação, que teria duração de 3 anos. Considerando a evolução do emprego de softwares em larga escala que ocorreria na década seguinte, especialmente após a popularização dos computadores pessoais com o Macintosh (Apple, 1984), a decisão de incluir uma cadeira de Computação no Instituto foi tomada em boa hora.
Durante o período, a especialidade de Engenharia Mecânica passou a ser denominada Engenharia Mecânica Aeronáutica, a partir de 1975. Em seguida, foi criada a especialidade de Engenharia de Infraestrutura Aeroportuária, dialogando com a criação da Empresa Brasileira de Infraestrutura Aeroportuária (INFRAERO), que ocorrera em 1973. Nessa década, também foram ampliados os programas de pós-graduação nas especialidades de Engenharia Eletrônica, Aeronáutica e Mecânica.
O primeiro carro movido a etanol
Após a primeira crise do petróleo, ocorrida em 1973, a procura por fontes alternativas de energia levou ao desenvolvimento do motor a álcool no Brasil. O principal idealizador do projeto foi o Coronel Aviador Urbano Ernesto Stumpf, engenheiro aeronáutico formado pela primeira turma de engenharia do ITA.
Durante três anos (1973-1976), o engenheiro realizou experiências com diversos tipos de motores, adaptando-os para o uso do etanol como combustível. No período, técnicos e engenheiros da Divisão de Motores do Instituto de Pesquisas e Desenvolvimento (IPD), órgão subordinado ao então Centro Técnico Aeroespacial (CTA), trabalharam diuturnamente para garantir a eficiência e eficácia do projeto, de modo que o etanol pudesse ser utilizado em larga escala pela sociedade.
Em 1975, o Presidente da República Ernesto Geisel recebeu os resultados alcançados pelo estudo, o que contribuiu decisivamente para a criação, pelo Governo Federal, de um programa nacional de substituição de combustíveis derivados do petróleo por álcool. No mesmo ano, começa a circular o primeiro modelo movido pelo novo combustível, um Dodge Polara. Em seguida, um Volkswagen Fusca e um Gurgel Xavante movidos a etanol juntaram-se ao Dodge Polara para percorrer nove estados do Brasil, divulgando o sucesso da empreitada. O primeiro veículo a popularizar-se utilizando etanol, no entanto, foi o Fiat 147, lançado em 1979.
O primeiro Reitor egresso do ITA
Nascido em Garanhuns, no interior de Pernambuco, em 21 de novembro de 1930, Jessen Vidal formou-se engenheiro aeronáutico pelo ITA em 1956, onde obteve o título de Mestre em Ciências em 1965 e doutorado pela Universidade do Estado de São Paulo (UNESP) em 1971, tornando-se livre docente em 1973 pela mesma instituição.
Durante todo o período em que foi aluno do ITA, trabalhou na Biblioteca do Instituto, com dedicação exemplar, mantendo-a aberta à noite e aos sábados. Foi Professor da Divisão de Aeronáutica do ITA, no qual aposentou-se depois de ocupar inúmeras funções como Professor Titular, com destaque para seus dois mandatos como Reitor, de 1977 a 1982, e de 1989 a 1994.
Jessen Vidal foi também professor titular da Faculdade de Engenharia de Guaratinguetá, da UNESP. Além disso, foi membro do Conselho Estadual de Educação de 1981 a 1984 e Secretário de Educação do Estado de São Paulo entre 1982 e 1983. Faleceu em 12 de janeiro de 2009 em São José dos Campos, SP.
Fotos: Arquivo ITA e Infraero
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