A quem interessa mais “uma crise”?
Flávio César Montebello Fabri
Colaborador DefesaNet
Nota DefesaNet
O jornal O Estado de São Paulo centrou as baterias na Segurança Pública de SP, em especial no Secretário de Segurança pública Guilherme Derrite, tanto com editorial, matéria agressiva e chamada de capa.
O objetivo, desde que o OESP, alinhou-se totalmente ao Planalto, obedecendo o farol desde Brasília é de desestabilizar a Segurança Pública de SP. Tanto a sua administração como as operações.
O controle da área portuária de Santos(SP) é de vital interesse para o PCC. As ações que abateram quatro torres (dirigentes) do PCC nas últimas semanas deixou os amigos da gangue nervosos. em especial no Planalto Central. E o Editorial do Estadão dá o sentimento que o jornal passou a ser o porta-voz da gangue.
Fundamental ler a análise de nosso colaborador Flávio César Montebello Fabri
1 – A quem interessa mais “uma crise”? Flávio César Montebello Fabri DefesaNet
2 – Editorial OESP – Banho de sangue na Baixada Santista – O Estado de São Paulo 22FEV2024
O Editor
A quem interessa mais “uma crise”?
Tivemos eventos extremamente marcantes ultimamente. Um fato inédito foi um presidente ter sido declarado persona non grata por uma nação relevante como Israel (presumo que seja um caso único na diplomacia brasileira). A Convenção de Viena sobre Relações Diplomáticas elucida, em seu artigo 9º, quando ocorre tal declaração (persona non grata ou não aceitável). A circunstância atual é pior do que a de 2014, quando a dirigente da nação passou a condenar Israel em relação à sua atuação contra um grupo terrorista. Relembremos que no passado recente, um grupo terrorista (o mesmo que foi elencado pela então presidente) perpetrou uma barbárie, seqüestrando e assassinando centenas de pessoas.
É mais que óbvio que os terroristas sabiam que haveria uma reação (contando, inclusive, que os “seus” próprios cidadãos seriam perfeitos escudos humanos, fazendo com isso intensa guerra informacional para propiciar desgaste, tão como tentando atrair outras nações para um conflito em maior escala).
Em território nacional, fugas de presídio (entre as quais a inédita de um presídio federal de segurança máxima, entre outras), integrantes do alto escalão do governo recebendo pessoa sabidamente envolvida em Organização Criminosa (conforme divulgado pela CNN, a participação da “dama do tráfico” em evento no Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, foi pago com dinheiro público). Um ministro visita uma comunidade carioca, a convite de uma “associação” (que tal lembrarmos o “ADPF das Favelas” e, por curiosidade, de onde partiu). E por aí vai.
Por outro lado, em áreas com intensa atividade de grupos criminosos, passou a ocorrer a resposta do Estado. Policiais Militares foram assassinados, atuando em áreas extremamente complexas do litoral paulista. Áreas com parca presença estatal, por longo período, exceto a presença policial. Depois de muito, muito tempo, começamos a ver a resposta para que não se criem “santuários” onde criminosos imponham, sem incômodo, suas regras.
É claro que o desordenamento territorial e desordem social estabelecidos no decorrer de décadas cobram um preço altíssimo para quem deseja impor a ordem legal. Integrantes de Organizações Criminosas Transnacionais não desejam deixar “seus territórios”, os imensos lucros do tráfico, as “facilidades” de um grande porto próximo e, menos ainda, conseguir ocupação honesta. Uma retomada da ordem pública se fez (e se faz) necessária.
Como vivemos um período onde a guerra também é (por sinal, PRINCIPALMENTE é) informacional e vemos fracassos de um lado e, por outro, tentativas de melhora, passamos a ver recentemente que a “máquina informacional” não se manteve inerte. Muito pelo contrário: ele é sempre afiada, rápida e lubrificada.
“CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA”. Chamada que vemos em várias agências de notícia. De uma hora para outra deixamos de lembrar sobre um presidente declarado persona non grata, que integrantes do alto escalão do governo receberam a “dama do tráfico”, das fugas em presídios, do uso extenso uso da lawfare e do ativismo judicial no Brasil, que o fim da tal “saidinha” de criminosos (iniciativa celebrada pela sociedade) finalmente encontrou possibilidade de sair do papel (da mesma forma que foi noticiado que o Poder Executivo Federal deseja propor veto), entre vários outros.
Antes de lermos uma chamada (jornalística), que tal o exercício mental de perguntarmos sobre “qual o interesse dessa notícia”. É realmente informar, somente inserir uma opinião, demonstrar uma crise (ou criar uma), fazer com que outros “problemas” possam deixar de ser comentados? Qual o interesse?
Há um livro muito interessante: As Mentiras na Propaganda e na Publicidade (DURANDIN, Guy. Editora JSN, 1997). Nele lemos que:
- “A propaganda e a publicidade têm por objetivo modificar a conduta das pessoas por meio da persuasão, quer dizer, sem parecer obrigá-las.
Um dos principais meios que usam para isso é a informação: divulgando falsas informações, ou simplesmente selecionando as informações, modificam o julgamento de seus interlocutores sobre as coisas e, através disso, até sua conduta.”
Podemos, pelo que é exposto, tentar produzir / alterar a percepção que temos sobre um ator específico (ampliando virtudes, denegrindo etc.), intenções ou mesmo sobre o ambiente. Existem vários métodos a serem utilizados e ambientes de atuação (levando em conta, inclusive, a questão temporal).
Há uma imensa coleção de crises sérias que foram colecionadas no período recente. A quem interessa criar mais uma?
Sabendo que há até parlamentar paulista cobrando o governo federal (o mesmo declarado persona non grata) para que intervenha contra a chamada Operação Escudo (aquela que atualmente ocorre no litoral, após a morte de policiais, havendo o enfrentamento de integrantes do crime organizado, tão como os impedindo de “manter territórios”), que organizações não governamentais também pediram o mesmo para organismos internacionais (procurando causar desgaste), que já tivemos os efeitos da ADPF das Favelas em outro Estado (atrapalhando em muito a segurança pública), fora vexatórias e preocupantes informações / constatações que outras organizações internacionais fizeram de nosso país (por exemplo, a respeito da corrupção brasileira, do nosso estado de direito, sobre nossa justiça e percepção de segurança), a quem interessa exatamente criar uma nova CRISE NA SEGURANÇA PÚBLICA paulista e quem ganha com isso?
Qual o propósito?