A Boeing vê um "excelente encaixe estratégico" em uma possível aquisição da fabricante brasileira de aviões Embraer, mas a operação não é essencial para o grupo norte-americano, disse o presidente-executivo da Boeing, Dennis Muilenburg, nesta quarta-feira (21).
"Na realidade estamos trabalhando nisso há muitos anos", disse Muilenburg, descartando informações de que a Boeing está preocupada com o recente acordo entre a rival europeia Airbus e a fabricante canadense Bombardier.
"Se pudermos chegar a um bom acordo e que agregue valor aos nossos clientes e às nossas empresas, faremos isso", disse Muilenburg em uma conferência com investidores em Miami, organizada pelo Citigroup.
"Se não pudermos chegar ao fim linha, isso não altera a nossa estratégia. Este é um excelente complemento para a nossa estratégia, mas não é imprescindível."
O acordo
A americana Boeing e a brasileira Embraer anunciaram no fim do ano passado que estudam unir seus negócios. A união entre as duas pode criar uma gigante global de aviação, com forte atuação nos segmentos de longa distância e na aviação regional, e capaz de fazer frente a uma união similar entre as concorrentes Airbus e Bombardier.
A transação envolveria, inclusive, a área de defesa da Embraer. O governo brasileiro, que detém uma "golden share" da companhia (ação que dá direito a veto), já declarou que o capital estrangeiro é bem-vindo, mas que não cogita transferir o controle da empresa.