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Embraer mantém discussões mas diz que parceria com a Boeing não é vital

Letícia Fucuchima

O presidente da Embraer, Paulo Cesar de Souza e Silva, afirmou nesta quarta-feira que uma parceria da empresa com a Boeing não é vital para o futuro da fabricante brasileira de aviões, embora siga nas discussões com a norte-americana sobre um modelo de aliança que possa ser aceito por todas as partes envolvidas, incluindo o governo brasileiro.

“A Embraer está sólida, uma das poucas empresas do Brasil com grau de investimento. A parceria com a Boeing não é vital para a Embraer”, afirmou o executivo.

O presidente afirmou também que está otimista com um possível acordo com a Boeing. "Existe um desafio de atender aos requisitos de todas as partes, mas estou otimista", comentou.

O executivo reiterou que não há um prazo certo para que as empresas fechem a estrutura do eventual negócio. Embora reconheça que o mercado demanda certa agilidade nas negociações, Silva salientou que a operação é complexa e deverá atender às expectativas de todas as partes.

Ainda de acordo o presidente da Embraer, a mudança do ministro da Defesa – de Raul Jungmann pelo general Joaquim Silva e Luna – não atrapalhou o andamento dos trabalhos com o grupo técnico, que seguem "muito bem". "As conversas continuam, estamos trabalhando firme com grupo técnico".

Na semana passada, o Estadão/Broadcast informou que as conversas em torno da fusão continuam centradas na área de defesa da companhia brasileira, tanto do ponto de vista da soberania do governo do Brasil quanto da sustentabilidade do negócio. Na leitura de fontes próximas ao negócio, as discussões têm sido "construtivas" e houve evoluções. Porém, não há clareza sobre quando um acordo poderia ser alcançado, embora o melhor cenário seja encerrar o processo junto ao governo brasileiro até o início da campanha eleitoral, afirmam as fontes.

Entrega do E190-E2. A Embraer realizou nesta manhã a primeira entrega da aeronave E190 E2, da nova geração dos E-Jets, para a companhia escandinava Widerøe. Com atuação no mercado de aviação regional, a aérea será a primeira a operar o novo modelo da Embraer já a partir deste mês, com voo inaugural entre as cidades norueguesas de Bergen e Tromsø. A Widerøe detém um contrato com a fabricante brasileira para até 15 jatos E2, sendo três pedidos firmes para o E190-E2 e direitos de compra para 12 aeronaves da nova geração. O pedido tem um preço de lista potencial de até US$ 873 milhões, se todos os direitos de compra forem exercidos.

Além da Widerøe, a Embraer detém outros 71 pedidos firmes para o E190-E2. Na lista, estão a indiana Air Costa (25 pedidos firmes), a norte-americana Aircastle (12), a irlandesa Aercap (22) e as chinesas ICBC (10) e Hainan (2).

O novo modelo de corredor único da Embraer, com capacidade para 97 a 114 assentos, recebeu certificação de três autoridades aeronáuticas – a Anac, a europeia EASA e a norte-americana FAA – para operação comercial. De acordo com a fabricante brasileira, os E190 E2 devem propiciar uma redução de dois dígitos nos custos operacionais com manutenção e consumo de combustível por assento frente aos jatos da primeira geração.

Em discurso na sede da empresa, o presidente da Embraer afirmou que a entrega do primeiro E2 marca o começo de um "novo capítulo" na história da empresa e da aviação comercial. Silva destacou ainda que a segunda geração dos E-Jets tornará a companhia mais "forte" e habilitada a estrear em novos mercados.

Com informaões Agência Reuters

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