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Venda da Avibras: Empresa afirma que indústria de defesa está em negociação com investidor brasileiro

A Avibras informou, na noite desta segunda-feira (28), que um acordo para a venda do controle da empresa a um grupo de investidores brasileiros foi assinado em outubro, marcando um avanço no processo de recuperação financeira da indústria de defesa, que enfrenta uma crise. No entanto, a conclusão da transação ainda depende do cumprimento de algumas condições contratuais.

O nome do investidor e o valor da transação não foram divulgados. Em nota, a Avibras destacou que “o fechamento efetivo da aquisição somente ocorrerá caso todas as condições estabelecidas no acordo sejam cumpridas.” A empresa também explicou que, neste momento, estão em andamento as etapas necessárias para validar a aquisição, com o objetivo de restabelecer as operações da companhia.

A Avibras acrescentou que a assinatura do acordo representa um marco importante na reestruturação da empresa e que tanto o investidor brasileiro quanto a companhia estão colaborando para finalizar a transação.

O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, que representa os funcionários da Avibras, informou por meio das redes sociais que tomou conhecimento do acordo e realizará uma assembleia com os trabalhadores nesta terça-feira (29) para discutir a situação.

A Avibras está em recuperação judicial há dois anos, e os funcionários permanecem em greve por quase o mesmo período. Segundo o sindicato, os colaboradores estão sem receber salários há pelo menos 18 meses.

Negociações

Em abril, a Avibras anunciou que a empresa australiana DefendTex estava em tratativas para adquirir a indústria de defesa, com o objetivo de fortalecer sua recuperação financeira. Naquele momento, a Avibras afirmou que as negociações estavam avançadas e visavam reestruturar sua situação econômica.

Entretanto, no fim de julho, a Avibras emitiu um comunicado informando que a DefendTex não cumpriu as condições estabelecidas para a aquisição dentro do prazo, perdendo a exclusividade das negociações. A Avibras também mencionou que já estava retomando negociações com outros potenciais investidores para viabilizar a recuperação e reiniciar suas operações, suspensas há mais de dois anos.

Crise e Recuperação Judicial

A Avibras entrou em recuperação judicial em 22 de março de 2022, com dívidas que somam cerca de R$ 600 milhões. Em julho de 2023, os credores aprovaram o plano de recuperação judicial, buscando assegurar a continuidade das operações enquanto a empresa negocia seus passivos sob a mediação da Justiça.

No contexto dessa crise, aproximadamente 400 funcionários da Avibras finalizaram, em maio, um período de layoff (suspensão temporária do contrato de trabalho) e iniciaram uma licença remunerada por tempo indeterminado a partir de junho.

Sobre a Avibras

Fundada em 1961 por engenheiros do Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA) em São José dos Campos (SP), a Avibras Aeroespacial é a principal indústria de defesa do Brasil e uma das pioneiras no setor aeroespacial nacional. Desde sua criação, a empresa se dedica ao desenvolvimento de tecnologias avançadas para as áreas de Defesa e Civil, sendo uma das primeiras do país a construir aeronaves e desenvolver veículos espaciais com finalidades civis e militares.

Com sede em Jacareí, no interior de São Paulo, a Avibras atua tanto no mercado nacional quanto internacional, fornecendo diversos produtos e soluções para as Forças Armadas. A empresa desenvolve motores-foguete para a Marinha e para a Força Aérea Brasileira e fabrica sistemas de C4ISTAR (Comando, Controle, Comunicação, Computação, Inteligência, Vigilância, Aquisição de Alvo e Reconhecimento), além de produzir a Aeronave Remotamente Pilotada (ARP) Falcão, utilizada para reconhecimento e outras missões estratégicas.

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