O número de vagas de emprego no ramo de T. I. cresceu 300% no Brasil em fevereiro de 2019, em comparação com o mesmo mês do ano anterior. Em fevereiro de 2018, haviam sido 14,5 mil admissões contra 13,9 mil demissões, gerando um saldo positivo de emprego de 564 vagas. Enquanto que, em fevereiro desse ano, foram 16,9 mil admissões contra 14,6 mil demissões, resultando em 2,3 mil novas vagas de emprego.
Isso é o que mostrou um levantamento feito pela Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação do Paraná (Assespro – PR) em parceria com o Departamento de Economia da Universidade Federal do Paraná (UFPR), que faz parte do projeto Insights Report: Panorama do Setor de Tecnologia da Informação e Comunicação 2019, que publica boletins mensais sobre o mercado de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) no Paraná e no Brasil.
O estudo levou em conta os seis principais estados brasileiros geradores de emprego no setor e que são responsáveis por 80% do pessoal de T. I.: Minas Gerais, Rio de Janeiro, São Paulo, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.
Segundo o levantamento, São Paulo foi o estado que apresentou o maior número de novas vagas em 2019 no ramo de T.I.: foram 535. Em seguida está Santa Catarina com 307, depois o Rio Grande do Sul, com 293, seguido do Paraná, com 249, Minas Gerais, com 247, e, por último, Rio de Janeiro, apresentando 94 novas vagas.
Comparando os meses de fevereiro de 2018 e 2019, houve um aumento, no Brasil, de 17% nas admissões nesse ramo e de 5% nas demissões. Em relação à taxa de admissões, o Rio de Janeiro foi o estado que mais se destacou, com aumento de 54%. Seguido do Rio Grande do Sul, com 34%, Paraná, com 31%, Minas Gerais com 30%, Santa Catarina com 22% e São Paulo, que praticamente se manteve estável, com 1% de aumento apenas.
O Paraná, por sua vez, foi o estado que apresentou maior aumento na taxa de desligamentos, 28%. Seguido de Santa Catarina, 19%, Minas Gerais, 9%, Rio Grande do Sul, 8%, e Rio de Janeiro, 7%. São Paulo, no entanto, não apresentou crescimento na taxa de desligamento em fevereiro de 2019, já que a taxa ficou em 0% em comparação com o mesmo mês do ano anterior.
Na área de T. I., ocorreram no Brasil, em fevereiro deste ano, 14,9 mil admissões, contra 13,1 mil demissões, gerando um saldo positivo de 1,7 mil novas vagas de emprego. São Paulo apresentou 666 novas vagas, sendo o estado que apresentou o maior número de vagas mais uma vez. Foram 6,9 mil admissões, contra 6,3 mil demissões.
O segundo estado com maior número de vagas foi Minas Gerais, com 347, depois vem Santa Catarina, com 218, seguido do Rio Grande do Sul, com 165, Paraná com 67 e Rio de Janeiro com 43 novas vagas.
De fevereiro de 2018 para fevereiro de 2019, houve um aumento no Brasil de 11% nas admissões e de 14% nas demissões na área de T. I. O estado que apresentou a maior taxa de crescimento de admissão foi o Rio Grande do Sul, com 36%. Depois vem Minas Gerais, com 25%, São Paulo com 16% e Paraná com 14%. Santa Catarina e Rio de Janeiro, contudo, apresentaram taxas negativas de admissão: o primeiro com -16% e o segundo com -8%.
O estado do Rio de Janeiro também foi o que apresentou a maior taxa de desligamentos na área de T. I. com aumento de 19%. Em segundo lugar vem o Paraná, com 17% de aumento, depois Rio Grande do Sul, 16%, São Paulo, 15%, Minas Gerais, 11% e Santa Catarina com 5%.
Vagas abertas e não preenchidas
De acordo com o presidente da Assespro – PR, Adriano Krzyuy, apesar do grande número de vagas abertas, o mercado enfrenta dificuldades de encontrar mão de obra qualificada para os cargos. “A tecnologia evolui rapidamente e os cursos universitários e capacitações técnicas não têm acompanhado esta velocidade para que seus alunos atendam às exigências do mercado. É preciso que a qualificação esteja em sintonia com as demandas das empresas", afirma.
A empresa de Consultoria e Contabilidade ROIT é um exemplo claro deste gap entre oferta e procura de mão de obra no mercado de T.I. Segundo o sócio-diretor Waldir de Lara Júnidr, há 10 vagas em aberto para profissionais de T.I. voltadas à Inteligência Artificial, mas não se encontram profissionais habilitados. "Recentemente contratamos um profissional que se especializou na Alemanha em I.A. para suprir as nossas necessidades", afirmou. A empresa desenvolve diversas soluções que utilizam I.A., e lançou recentemente no mercado o robô contador.
Campos Analisados
A análise divulgada revelou dados sobre a situação de empregos em duas vertentes: ramo de serviços de T. I. e área de serviços de T. I.
O ramo de T. I. engloba atividades como desenvolvimento de programas de computador sob encomenda; desenvolvimento e licenciamento de programas de computador customizáveis ou não; consultoria em tecnologia da informação; suporte técnico, manutenção e outros serviços em T. I., tratamento de dados, provedores de serviços de aplicação e serviços de hospedagem na internet; e serviços relativos a portais, provedores de conteúdo e outros serviços de informação na internet.
A área de T.I., por sua vez, diz respeito aos cargos de diretores de serviço de informática; gerentes de tecnologia da informação; engenheiros em computação; especialistas em informática; analistas de sistemas ocupacionais; professores de matemática, estatística e informática do ensino superior; técnicos em programação; e técnicos em operação e monitoração de computadores.
Número de empresas preocupadas com transformação digital cresce 12% em 1 ano, diz Gartner
Os processos de atendimento de uma empresa passam por constante revolução. Segundo a Gartner Inc., empresa líder mundial em pesquisa e aconselhamento sobre tecnologia, estas mudanças já estão começando a ser sentidas em empresas brasileiras. De acordo com levantamento feito pela companhia ao final do ano passado, 30% dos empresários brasileiros afirmaram ter aumentado a atenção para tecnologias digitais, número 12% maior ante ao registrado em 2017.
Ainda de acordo com a empresa, isso apenas mostra que o cenário no atendimento está sendo modificado, uma vez que os empresários estão cada vez mais preocupados em olhar para este detalhe que pode ser crucial para o sucesso. Dos brasileiros que responderam à pesquisa, 46% afirmaram que o modelo de negócios de suas empresas já foi modificado ou se encontra em processo de mudança.
Estes e outros dados foram destaque no IV Seminário de Negócios da Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), que tratou das transformações significativas que a inovação na tecnologia vem possibilitando ao ambiente corporativo. Bruno Stuchi, CEO da Aktie Now, empresa especializada em transformação do atendimento ao cliente, foi um dos palestrantes do evento.
“Estas mudanças causam um impacto mais do que positivo em todo o clima organizacional e também nas pessoas”, destacou o CEO. Segundo Stuchi, estas transformações, quando feitas em muitos setores, “melhoram a produtividade e estimulam a capacidade criativa”. O executivo ainda comentou sobre quais são as vontades dos clientes hoje, o que eles desejam, quando desejam e de que forma desejam. “Eles querem ser atendidos com excelência, rapidez e buscam constantemente por formas mais práticas de se comunicarem com as marcas”, pontuou.
Olhar para o futuro
Durante sua palestra, o CEO ainda elencou alguns tópicos que traduzem o que as empresas estão buscando para seus atendimentos, como: uma melhor satisfação do cliente, redução de custos, mais eficiência, automatizar processos e aumento da capacidade. “As empresas que não estiverem em busca destes pontos para melhorar seus atendimentos, não progredirão”, concluiu. A transformação digital no atendimento ao cliente passa pelo uso de ferramentas que permitem enxergar índices de eficiência e consequentemente, de satisfação.
O evento na FIEPE reuniu cerca de 300 participantes, entre eles empreendedores, empresários, gestores, coordenadores, supervisores, analistas, consultores e assistentes de diversas áreas. Todos profissionais que, por meio da tecnologia, buscam aprimorar seu modelo de gestão nos negócios. Além de Stuchi, estiveram presentes para palestrar os empreendedores Murilo Gun, Luis Rasquilha e o professor João Paulo Gomes. A mediação foi feita pelo economista Francisco Saboya.