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Turquia importou bombas do Brasil em 2011

DE SÃO PAULO
 
O cartucho de bomba de gás lacrimogêneo usado pela polícia turca num campo de refugiados sírios é parte do pacote de armas e munições "não letais" com valor entre US$ 1 milhão e US$ 10 milhões vendido pela empresa brasileira Condor ao governo da Turquia em 2011.

 Os dados disponíveis no Ministério do Desenvolvimento brasileiro mostram que as vendas a Istambul pela Condor estiveram abaixo do teto de US$ 1 milhão em 2010, assim como em 2008. Em 2009, não há registro de venda ao país.

 O aumento da exportação de material bélico é um dos objetivos do governo, que isentou empresas do setor de impostos em 2011.

 ONGs e ativistas, porém, criticam a falta de transparência do governo no tema e a venda a ditaduras e países em conflito.

 No começo do ano, o Itamaraty informou estar investigando a possível quebra de contrato no uso de uma bomba de gás lacrimogêneo da Condor contra manifestantes pró-democracia no Bahrein.

 A empresa, que diz exportar 30% de sua produção e é sediada no Estado do Rio de Janeiro, negou ter vendido artigos à monarquia do golfo Pérsico. A reexportação de armamentos sem a autorização do país vendedor é proibida.

 O uso da bomba da Condor foi denunciado por ativistas do Bahrein, que atribuíam a morte de um bebê a substâncias do gás, cujo agente químico principal é o clorobenzilideno malononitrilo.

 À época, a Condor disse ver com "incredulidade" essa informação e disse que o gás também é utilizado no Brasil e em outros 40 países seguindo "padrões internacionais de segurança".

 

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