As populações da Suécia e da Suíça, dois dos mais prósperos e desenvolvidos países da Europa, decidiram manter a geração nuclear de energia nos seus país, depois de uma consulta popular realizada através de um plebiscito. Os suecos decidiram manter o uso de energia nuclear no país, votando contra uma proposta apresentada pelo Partido Verde. A ideia da legenda ambientalista era fazer a Suécia abandonar seus projetos de energia nuclear e a construção de novas centrais nucleares.
A grande maioria dos suecos escolheu manter a geração nuclear. Na Suíça, o Partido Verde foi igualmente derrotado em sua proposição. Os suíços rejeitaram o plano para forçar o governo a acelerar o abandono das usinas nucleares. Na Suécia havia muita pressão do Partido Verde, que estava propondo para o governo limitar em 45 anos o prazo de uso das centrais já existentes. Atualmente, a Suécia tem cinco reatores nucleares em funcionamento. A ideia do referendo previa desativar ao menos três deles em 2017. Os resultados apontaram uma derrota significativa do Partido Verde.
Os suíços também rejeitaram o plano para forçar o governo a acelerar o abandono da energia nuclear. A maioria dos estados votou contra a ideia. A opção foi por manter suas usinas nucleares ativas. O projeto, proposto pelo partido Verde, era semelhante ao da Suécia, com fechamento de Três das cinco usinas nucleares do país, seriam fechadas já no ano que vem e as outras sendo abandonadas até 2029. Mais de 55% da população votaram contra.
Os cinco reatores produzem um terço da energia elétrica da Suíça. Todas as centrais nucleares suíças operam com licenças que permitem seguir produzindo além de sua vida útil, desde que cumpram os critérios de segurança. Por este motivo, associações de defesa do meio ambiente criaram uma iniciativa em 2011 para que nenhum reator passe dos 45 anos, o que implica que três dos cinco em funcionamento deveriam fechar em 2017.
Com a vitória do NÃO a central de Beznau, em operação há 47 anos no cantão de Aargau, norte do país, perto da fronteira com a Alemanha, fecharia as portas no ano que vem. Atualmente seus dois reatores estão desligados para reparos. Beznau é a central nuclear mais antiga do mundo desde o fechamento do reator de Oldsbury, Reino Unido, em 2012.
A central de Muhlberg, em operação desde 1972 no cantão de Berna, também teria que interromper as operações. As centrais de Gosgen, em Soleure, e Leibstadt, em Aargau, fechariam as portas em 2024 e 2029, respectivamente.
O governo foi categoricamente contrário à proposta dos Verdes.“Será impossível compensar a tempo o abandono da energia nuclear com uma energia elétrica procedente de fontes renováveis”, advertiu o governo em um relatório.
“A Suíça seria obrigada a importar grande quantidade de energia elétrica nos próximos anos, o que além de fragilizar nossa capacidade de abastecimento não teria sentido do ponto de vista ecológico, porque a eletricidade produzida no exterior procede, geralmente, de centrais de carvão, além de estrategicamente deixar o país dependente de energia de outro país”, completa o documento.
Quase 33% da energia elétrica da Suíça tem origem nuclear, outros 60% procedem das centrais hidrelétricas e apenas 4% das energias renováveis.