Publicado Dário do Vale 27 Julho 2011
Rio – A meta de transformar o Rio de Janeiro no maior produtor siderúrgico do país está cada vez mais próxima de ser atingida. Até 2020, a expectativa é aumentar a capacidade do Rio de 14,77 milhões de toneladas de aço/ano para 33,17 milhões de toneladas/ano. Os investimentos no setor somam mais de R$ 23 bilhões em quatro grandes projetos: Gerdau, Ternium, Wisco e CSN. A Companhia está acelerando as obras de implantação de sua unidade de aços longos em Volta Redonda, que deve produzir cerca de meio milhão de toneladas anuais de fio-máquina e perfis.
Outro projeto é da expansão da Cosigua, do grupo Gerdau, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. Nos últimos anos, o Rio de Janeiro recebeu dois megaprojetos siderúrgicos: Em 2009, uma planta integrada do Grupo Votorantim, em Resende, no Médio Paraíba, unidade no valor de R$ 1 bilhão com capacidade para produção de 1,02 milhão de toneladas/aço de laminados e aço longo; e em junho de 2010, a CSA (Companhia Siderúrgica do Atlântico), em Santa Cruz. A siderúrgica, que contou com investimento de R$ 13,2 bilhões da Vale e da alemã ThyssenKrupp, fabrica 5 milhões de toneladas de aço/ano.
Segundo estudos da Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Energia, Indústria e Serviços, a produção de aço será alavancada com base nas previsões de investimentos do setor privado necessárias para desenvolver as atividades ligadas à construção civil, naval e para a implantação da infraestrutura do pré-sal. Para a subsecretária de Energia, Logística e Desenvolvimento Industrial, Renata Cavalcanti, as demandas para o setor serão especialmente maiores no Rio de Janeiro.
– Os inúmeros investimentos industriais que já iniciaram suas implantações ou estão projetados para um futuro muito próximo, somados às enormes necessidades futuras para atender ao pré-sal e aos investimentos na infraestrutura para os Jogos Olímpicos de 2016, fazem do Rio um destino certo para o setor siderúrgico. Simultaneamente, temos uma forte demanda mundial por aço, impulsionada principalmente pela China – afirmou Renata Cavalcanti.
O futuro do setor é promissor
A Gerdau irá duplicar a sua fabricação de aço e laminados, chegando a 1,8 milhão de toneladas/ano até 2016, com a usina Cosigua, no Distrito Industrial de Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio. O empreendimento, que custará R$ 2,47 bilhões, irá gerar 550 empregos diretos e 3 mil indiretos. Durante as obras, serão criadas cerca de 1.700 vagas temporárias. O cronograma de expansão se dividirá em duas fases: de 2011 a 2013 e de 2014 a 2016.
– Estamos investindo no Rio para atender à expansão futura da demanda por aço no Brasil, impulsionada pelo crescimento da economia e por eventos como a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016, que envolvem não somente a construção e reforma de complexos esportivos, mas também a ampliação da infraestrutura aeroviária, hoteleira, de energia e de telecomunicações – disse o presidente do Conselho de Administração da Gerdau, Jorge Gerdau Johannpeter.
O maior empreendimento no setor é a siderúrgica da Ternium, do Grupo EBX, holding de aços longos da multinacional Techint, que ficará no Complexo do SuperPorto do Açu, no Distrito Industrial da Codin, em São João da Barra, no Norte Fluminense. A usina, que tem capacidade para fabricar 5,6 milhões de toneladas de placas de aço durante o ano, deverá receber investimentos de R$ 8 bilhões. A Ternium também prevê novos projetos em sua segunda fase, que vão aumentar a capacidade de produção fluminense.
Mais dois projetos estão previstos no setor: a estatal chinesa Wuhan Iron and Steel (Wisco) e o Grupo EBX anunciaram a construção de uma usina siderúrgica, que deve ser entregue em três anos, com recursos no valor de US$ 5 bilhões. O Porto de Itaguaí, na Região Metropolitana, receberá ainda uma nova unidade da Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), com recursos no valor de R$ 4,86 bilhões.