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SCD-1 – Completa maioridade e se torna o mais antigo em sua categoria no espaço

Nota DefesaNet

Acompanhe a evolução do Satélite de Coleta de Dados 1, ou SCD-1, pela matérias de DefesaNet.  Realizamos matérias nos 10, 13 e 15 anos e agora com texto de Júlio Ottoboni comemoramos os 21 anos do SCD-1.

Um marco notável da engenharia espacial brasileira.

Satélite de Coleta de Dados – SCD-1: 10 anos – 09 Fevereiro 2003 Link

Primeiro satélite nacional completa 13 anos – 2006 Link

SCD-1 – Primeiro satélite brasileiro completa 15 anos em operação – 2008 Link

SCD-1 – Satélite brasileiro vive 20 vezes mais e se torna ícone Link

Para os puristas, lembramos que o SCD-1 foi lançado a partir de um lançador americano PEGASUS, disparado desde uma NB-52B, em 1993.

O Editor
 

 


Júlio Ottoboni
Especial para DefesaNet

 

No dia 19 de fevereiro, o microssatélite produzido no INPE, o Satélite de Coleta de Dados-1 (SCD-1), de uso científico, chegará a sua maioridade. E também a surpreendente condição de ser o mais antigo objeto em sua categoria a manter sua órbita no espaço e em funcionamento ininterrupto por mais de 7665 dias, ou seja, 21 anos. Ou 131.241 rotações orbitais em torno da Terra.

Lançado, no dia 09 de fevereiro de 1993, pelo foguete norte-americano Pegasus,  o SCD-1 teve 10 dias de ajustes e acertos telemétricos para entrar realmente em funcionamento pleno. Sua colocação perfeita pelo lançador e o rigor técnico da equipe do INPE, então comandada pelo gerente e engenheiro Carlos Santana, foram fundamentais nesta sobrevida surpreendente.

A expectativa de vida útil do SCD-1, um aparelho de 115 quilos, era de apenas um ano em órbita, depois perderia altitude e se desintegraria na reentrada da atmosfera. Sua altitude era, na época, de 750 quilômetros da superfície.

Esse pequeno notável continua, mesmo com falhas e algumas imperfeições em sua atitude, com funcionamento satisfatório e cumprindo sua missão. O equipamento foi projetado, produzido e testado totalmente no Brasil, mesmo enfrentando boicotes dos Estados Unidos entre outros países. Ele pertenceu a extinta Missão Espacial Completa Brasileira (MECB), substituída mais tarde pelo Programa Nacional de Atividades Espaciais (PNAE).

O primeiro satélite desenvolvido pelo país – um feito considerado histórico não só por sua importância mas pela superação das dificuldades – ainda mantém a retransmissão de informações importantes para a previsão do tempo e monitoramento das bacias hidrográficas, entre outras aplicações.

O Brasil abandonou o desenvolvimento de microssatélites depois de ter lançado e avançado em suas negociações no intercâmbio espacial com a China. Os satélites Cbers, de sensoriamento remoto e de grande porte, levariam em seu bojo transponders capazes de fazer o trabalho da série SCD e também da família SSR, que eram pequenos satélites de sensoriamento remoto.

Segundo o INPE, a longevidade do equipamento comprova a competência de seus grupos de engenharia e também das equipes que mantém o satélite em operação no centro de rastreio e controle de satélites do instituto. Embora com toda essa capacitação inexiste qualquer projeto de pequenos satélites em desenvolvimento no instituto, apenas a corrida contra o tempo para fazer uma nova tentativa de colocar a nova versão Cbers em órbita e acabar com o apagão de imagens que o Brasil sofre desde os atrasos anteriores ao lançamento fracassado no final do ano passado.

O lançamento do SCD-1 colocou o Brasil entre as nações que efetivamente dominam o ciclo completo de uma missão espacial, desde sua concepção até o final de sua operação em órbita. Marcou também o início da operação do Sistema de Coleta de Dados Brasileiro. Um marco para a previsão meteorológica e estudos climáticos no país.

O pequeno e envelhecido satélite brasileiro voa a uma velocidade de 27 mil quilômetros por hora, leva aproximadamente 1h40min para completar uma volta em torno da Terra, e nestas passagens recolhe e retransmite informações ambientais para a Estação do INPE em Cuiabá. Isso ocorre 17 vezes ao dia e os dados transmitidos são recolhidos pela rede de Plataformas de Coleta de Dados (PCDs) espalhadas pelo território nacional.

Atualmente nem o mais otimista dos cientistas, engenheiros, técnicos e pesquisadores conseguem prever  até quando o SCD-1 conseguirá se manter em órbita e em funcionamento. Inclusive com vários de seus sistemas redundantes com suas operações debilitadas, entre eles um de seus transponders de dados. 

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