Virgínia Silveira
O comitê gestor do projeto do Satélite Geoestacionário de Defesa e Comunicações Estratégicas pretende entregar, nas próximas duas semanas, o termo de referência que servirá de base para a elaboração do edital de compra do equipamento no exterior. A previsão é que a escolha do fornecedor seja anunciada no começo de 2013.
De acordo com o diretor de planejamento e investimentos estratégicos da Agência Espacial Brasileira, Petrônio Noronha de Souza, o documento será encaminhado para a VISIONA Tecnologia Espacial, uma associação entre a TELEBRAS e a EMBRAER, criada para fazer o gerenciamento dos contratos com os fornecedores do satélite.
A VISIONA, segundo Souza, terá ainda a responsabilidade de criar as oportunidades de transferência de tecnologia, que serão colocadas em prática a partir do segundo satélite, já que o primeiro está sendo comprado em caráter de urgência pelo governo brasileiro. "O decreto presidencial pede que o lançamento seja feito até o fim de 2014", disse o diretor durante uma palestra realizada em São José dos Campos, na segunda-feira.
O satélite vai operar em banda ka, para atender as demandas do setor de telecomunicações, o Plano Nacional de Banda Larga e a banda X – cinco transponders para as comunicações estratégicas do governo e das Forças Armadas. O custo do satélite, estimado em R$ 720 milhões, não inclui a transferência de tecnologia, que será tratada à parte.
A Agência Espacial ficará responsável por toda a parte que envolve a capacitação da indústria nacional e das instituições de pesquisa em tecnologias consideradas críticas e que estão ligadas ao satélite.
A lista de tecnologias de interesse do governo brasileiro ainda está sendo preparada, mas Souza adiantou que o programa espacial brasileiro tem muito interesse em capacitar ou melhorar a tecnologia nas áreas de propulsão de satélites, controle de altitude e órbita, gerenciamento de cargas úteis e gateways (antenas que ficam em solo e fazem a comunicação com o satélite).
O diretor da Agência Espacial disse que o processo de aquisição do segundo satélite deve acontecer cinco anos após o lançamento do primeiro. A vida útil estimada para o equipamento é de 15 anos. Segundo o Valor apurou, a VISIONA já teria recebido informações de potenciais fornecedores do satélite, dentro de um processo de pesquisa junto a potenciais parceiros comerciais.
Entre os fabricantes internacionais interessados no projeto estão as empresas europeias Astrium, do grupo EADS, e Thales Alenia Space. As americanas Space Systems Loral e Boeing também integram a lista de interessados em fornecer o satélite para o Brasil.
Nota DefesaNet – O presente artigo de Virgínia Silveira mostra um complemento da matéria publicada por DefesaNet – SATÉLITE – Governo não aceita EMBRAER ser só gestora do contrato, 24 Outubro 2012.
Também interessante ao colocar a Agência Espacial Brasileira como: "responsável por toda a parte que envolve a capacitação da indústria nacional e das instituições de pesquisa em tecnologias consideradas críticas e que estão ligadas ao satélite."
O grande diferencial das ofertas será aquela que conseguir oferecer o lançamento na janela que o governo pleneja, até o fim de 2014. O plano do Satélite Geoestacionário está atrasado pelo menos dois anos.