Júlio Ottoboni
Além de ter o maior polo aeroespacial do hemisfério sul do planeta, São José dos Campos que aprimorar o ensino e as experiências no campo científico desde a formação básica dos estudantes. E para isso tem estabelecido programas e parcerias com grandes entidades científicas mundiais.
Nesta semana, a prefeitura recebeu o presidente da Agência Espacial Brasileira (AEB) e ex funcionário do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), José Raimundo Braga Coelho, para o lançamento do programa Globe Brasil. Trata-se de atividades desenvolvidas em conjunto com a Administração Nacional de Aeronáutica e Espaço (NASA), dos Estados Unidos.
O programa será inserido no currículo das escolas municipais de ensino fundamental. Desde 1994, o Globe Program se encontra em entidades de ensino de todo o mundo. O Brasil recebeu as primeiras atividades em 2015.
Essa é a primeira vez que estudantes de São José dos Campos terão essa experiência. Os alunos serão responsáveis pela coleta de dados ambientais sobre clima, solo e vegetação. Entre os estímulos está a busca por jovens vocacionados a estudarem cursos ligados a área de ciências da Terra e Espaciais, renovando a mão de obra dos institutos e empresas da cidade.
As informações ambientais serão compiladas e remetidas para a NASA, sendo utilizadas em pesquisas. O programa contemplará 25 escolas de ensino fundamental até o final deste mês. Junto a essa ação, a prefeitura informou que as aulas de ciências serão feitas em campo também, fora do ambiente de classe. Estão sendo criadas hortas dentro das escolas para o aprendizado prático de ciências ambientais dos alunos.
“O Globe trata de ciências naturais, ambientais, que aquilo que é mais importante para a garantia da nossa permanência no planeta”, ressalta o presidente da AEB, José Raimundo Braga.“Trata-se de uma oportunidade muito forte para que você comece uma estruturação de ensino de outra maneira, com a preocupação pelo aprendizado”, destaca o presidente da Agência Espacial Brasileira.
Os professores e técnicos de educação e saúde serão capacitados por uma equipe habilitada pela Agência Espacial Americana para ensinar as crianças a coletar os dados e realizar os estudos.
“Estamos ampliando o workshop que será realizado no final do mês para técnicos de saúde já que uma das atividades será o de gerenciar o comportamento do mosquito Aedes Aegypti”, detalha Márcio José Catalani, assessor técnico pedagógico da Secretaria de Educação e Cidadania.
Márcio ainda detalha os termos dessa cooperação. “A Nasa irá oferecer todo o suporte necessário, porém trata-se de um programa autossustentável, através da capacitação dos nossos profissionais”, explica o assessor técnico pedagógico.
Os canteiros de plantio foram distribuídos por diversas escolas de educação infantil e de ensino fundamental. O objetivo é propiciar o ensinamento da ciência por meio de aulas práticas e contato direto com a natureza.
O Centro Comunitário de Convivência Infantil (Cecoi) Célio Lemos, na região central, já tem sua horta pronta e tida como uma das pioneiras. Os estudantes tem atividades no local partir dos 3 anos de idade, cuidando do plantio das sementes, da manutenção ao longo do crescimento e colheita das verduras e legumes plantados por eles.
O presidente da Obra Social Célio Lemos, que administra o CECOI, Paulo Roberto Fernandes, o Projeto Semear existe há quatro anos e se expandirá. “Nosso objetivo é multiplicar o conhecimento sobre a natureza. Recebemos alunos e professores de outras escolas e o objetivo é incentivar outras instituições a desenvolverem o projeto com seus alunos”, destacou.
Em apenas um ano, essa entidade deixou de encaminhar ao aterro sanitário do município cerca de seis toneladas de resíduos orgânicos, que atualmente é utilizado em compostagens para a melhoria do solo da horta.