A edição de agosto da revista National Geographic, que chega hoje às bancas (31/06), mostra que uma nova corrida espacial está aberta na direção da Lua. Quase meio século após os Estados Unidos e a União Soviética competirem e gastarem quantias assombrosas de recursos públicos pela primazia da conquista do satélite da Terra, a meta atual é chegar lá em projetos financiados por recursos privados e a custos bem mais baixos.
A reportagem de capa destaca o prêmio Google Lunar XPrize (ou GLXP), que vai destinar 20 milhões de dólares para a equipe que conseguir enviar um módulo ao espaço antes de 31 de dezembro de 2017, pousar na superfície da Lua, mover-se por 500 metros no solo lunar e transmitir fotos e vídeos para a Terra. Além desses requisitos, para ganhar a competição é necessário que os concorrentes comprovem que pelo menos 90% dos recursos vieram de fontes privadas, e não de órgãos estatais.
Outro fator que está em jogo na disputa do Lunar XPrize é o prestígio nacional: os cinco projetos finalistas são de países variados, como Índia, Israel, Japão e Estados Unidos. Para Chanda Gonzales Mowrer, responsável pela competição, o objetivo principal do desafio é facilitar o início de uma nova era de acesso à Lua e ao espaço.
“O importante é que as equipes proponham abordagens variadas para completar a missão”, explica. Espera-se que tais iniciativas sirvam no futuro próximo para a viabilidade da exploração lucrativa do espaço.
Se em 1962, John F. Kennedy conclamou os Estados Unidos a “decidirem ir à Lua não por ser mais fácil, mas justamente por ser mais difícil”, hoje, Bob Richards, fundador da equipe Moon Express, provoca: “Decidimos ir à Lua porque é algo lucrativo!”.
Richards estima que o primeiro trilionário do planeta será um empreendedor espacial, talvez aquele que consiga extrair do solo lunar o hélio-3, um gás raro na Terra, mas abundante na Lua e excelente fonte potencial de combustível para a fusão nuclear.
“Há cheques de trilhões de dólares lá em cima, à espera de serem descontados”, completa Peter Diamandis, fundador da Planetary Resources, empresa apoiada pelo cineasta James Cameron e por vários bilionários do setor de tecnologia.
O primeiro destino do emergente setor espacial privado é a Lua. Mas já há quem afirme ser possível que a Lua, em vez de ser um objetivo final, venha a se consagrar como uma espécie de gigantesco aeroporto, um centro de conexões pelo qual teremos de passar no nosso longo caminho para a exploração do universo.
Também na edição de agosto da National Geographic, Cristina Veit, ex-diretora de arte da revista e hoje editora de fotografia, apresenta a realidade de um correspondente de guerra: no segundo semestre de 2016, ela esteve no norte do Iraque para acompanhar fotógrafos brasileiros que documentavam a luta para libertar Mosul e outras cidades das mãos do Estado Islâmico.
Apesar de nunca ter se interessado por conflitos, Cristina foi até um dos locais mais violentos do mundo para desvendar o outro lado da guerra – por trás das câmeras, mostrando a rotina dos profissionais que trabalham e vivem em meio de uma região devastada.
E mais: usando câmeras de alta velocidade, finalmente cientistas conseguiram estudar o voo dos beija-flores. Encontrados apenas nas Américas, essas pequenas e graciosas aves são as únicas capazes de pairarem imóveis no ar por 30 segundos ou mais, além de possuírem a habilidade única de voarem em “marcha à ré”.
Segundo um estudo, se fossem tão grandes quanto um ser humano, os beija-flores teriam de beber mais de uma lata de refrigerante a cada minuto que estivessem pairando no ar, tal a rapidez com que queimam calorias.
Esse metabolismo explica a gigantesca capacidade das aves para bater as asas até 100 vezes por segundo. National Geographic acredita no poder da ciência, da exploração e da reportagem para mudar o mundo. A revista National Geographic Brasil é uma publicação mensal da editora Content Stuff.