A China só poderá garantir sua segurança da informação no longo prazo se mantiver seu mercado aberto aos melhores produtos tecnológicos, sejam locais ou estrangeiros, disse à Reuters o presidente-executivo rotativo da fabricante de equipamentos Huawei na terça-feira.
As declarações de Xu são um raro exemplo de um importante presidente-executivo chinês abertamente questionando a direção da política de segurança da informação de Pequim, uma fonte de preocupação de países que temem que ela limite as oportunidades para suas empresas de tecnologia.
Nos últimos meses, líderes chineses avançaram com diversas medidas para obrigar a localização doméstica de tecnologias com o objetivo de minimizar a ameaça de espionagem cibernética estrangeira, ao encorajar ou exigir o uso de produtos domésticos em importantes sistemas.
Mas tais políticas podem dificultar a livre competição e inovação na indústria chinesa e minar a segurança da China no longo prazo, disse Xu em entrevista paralelamente à cúpula anual global da Huawei em Shenzhen.
"Se não estivermos abertos, se não trouxermos a melhor tecnologia mundial, nunca teremos uma verdadeira segurança da informação", disse Xu, comparando a indústria da computação chinesa a estudantes primários competindo com rivais estrangeiros de nível universitário.
"Mesmo se você localizar, produzir seus próprios CPUs, seus próprios sistemas operacionais, seus próprios softwares de base de dados, ainda seria nível primário, com suas medidas de segurança transparentes aos estudantes de faculdade", disse Xu.
"A única forma com a qual podemos responder ao problema da segurança é melhorar nossa tecnologia."
Um porta-voz do regulador da Internet chinês disse que a localização doméstica não influenciará a competitividade da indústria de tecnologia nacional, e a política continuará a ser impulsionada. "Não há um conflito entre medidas de segurança de rede e mercado aberto", disse um porta-voz do órgão de regulação chinês à Reuters em resposta a pedidos de comentários sobre as declarações de Xu.